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Uma petição contra o jornalista Claudio Tognolli, que é comentarista na rádio Jovem Pan, já conta com mais de 2 mil assinaturas de jornalistas, comunicadores e outros profissionais. O documento, direcionado à Federação Nacional dos Jornalistas e ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, pede que os órgãos apurem a conduta e responsabilizem Tognolli por divulgar, em sua conta do Twitter, o número de celular do desembargador Rogério Favreto, que concedeu habeas corpus ao ex-presidente Lula no último domingo (8).
Tognolli, que dá aulas na Universidade de São Paulo (USP), tem uma posição política explicitamente antilulista e antipetista. A divulgação do número do desembargador que concedeu o benefício a Lula, portanto, foi interpretada por outros jornalistas como uma tentativa de incentivar o linchamento. Na petição, os signatários apontam que Tognolli faltou com ética e feriu princípios básicos do Código de Ética dos Jornalistas.
"Tomamos, com muito respeito, essa iniciativa por compreendermos que tal atitude é incompatível com a ética profissional de jornalista. Ressaltamos que a discussão sobre a ética do profissional e o jornalismo é um debate que deve ser feito permanentemente, assim como os princípios e papel social do jornalismo para o desenvolvimento da sociedade", diz o texto da petição, que ressalta ainda que o desembargador Favreto, após a divulgação de seu telefone, chegou a ser ameaçado de morte.
Para assinar a petição, clique aqui.
Repúdio do Jornalismo da USP
Logo após ficar sabendo da divulgação indevida do celular de Favreto, o chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), Dennis de Oliveira, enviou à Fórum uma nota de repúdio à atitude de Tognolli, que dá aula na instituição.
“Eu, Dennis de Oliveira, chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração, jornalista, não concordo e repudio essa publicação do celular do desembargador na rede social. Acredito que o debate político e jurídico não pode ser feito a partir dessas tentativas de criar linchamento de pessoas. Esse não é o jornalismo que ensinamos na ECA e essa postura não corresponde à visão do curso de jornalismo da USP que temos implementado”, escreveu Dennis.
Logo após a repercussão negativa, Tognolli apagou a postagem, mas até o momento não se pronunciou sobre o assunto.