Prevenção do HIV: Médico infectologista diz se arrepender de ter dado entrevista à Época sobre PrEP

Para coordenador do estudo no Brasil, revista reforça "julgamento moral de que gays são promíscuos, ou que somente os gays precisam se preocupar com HIV"

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O coordenador do Estudo PrEP Brasil, o médico infectologista Rico Vasconcelos, publicou um texto em seu Facebook onde diz estar arrependido de ter dado entrevista à Revista Época. A matéria de capa da edição desta semana é sobre a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), uma estratégia que consiste no uso diário, por pessoas não infectadas, de um comprimido azul-claro como o Viagra, chamado Truvada. Segundo a reportagem, "desde 2014, o medicamento era comercializado em algumas farmácias brasileiras e, em dezembro, passado passou a ser distribuído pelo SUS". De acordo com a matéria, "a PrEP está mudando o comportamento sexual de grupos de risco, sobretudo dos gays. Eles estão abandonando a camisinha, contribuindo para o aumento de doenças sexualmente transmissíveis". No entanto, para Vasconcelos,  o texto está "repleto de equívocos que reforçam estigmas sobre temas que já estão soterrados de preconceitos, como por exemplo o fato analisado com julgamento moral de que gays são promíscuos, ou que somente os gays precisam se preocupar com HIV". A postagem do médico viralizou. Até o fechamento desta nota, já eram quase 5 mil compartilhamentos. Para ele, "o resultado dessa reportagem será um desserviço ao programa de implementação da PrEP no Brasil, disseminando inverdades sobre o assunto, voltando a opinião pública contra a estratégia e fazendo com que pessoas que poderiam evitar suas infecções pelo HIV deixem de buscar a PrEP, permanecendo assim vulneráveis". Parte da reportagem dobre o PrEP na Época pode ser lida aqui. Abaixo o texto do coordenador do estudo.

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