Abafada pela mídia brasileira, greve geral é destaque nos principais jornais do mundo

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Confira como foi a repercussão interncaional do dia de mobilizações que parou o país Por Opera Mundi  A imprensa internacional repercutiu a greve geral realizada no Brasil nesta sexta-feira (29/04), movimento que foi considerado o maior de seu gênero na história do país. As manifestações, que pararam o país, foram destaque em jornais e sites de notícias de países como EUA, Argentina, Reino Unido, Alemanha, Rússia, Canadá, Cuba, Venezuela e outros. Veja como os veículos internacionais reportaram a greve geral: The Guardian – Reino Unido O título da reportagem do jornal britânico sobre o assunto foi “Brasileiros cansados de políticos corruptos vão às ruas protestar contra medidas de austeridade”. “Muitos eleitores estão furiosos que políticos insistem nos cortes em benefícios sociais e serviços públicos mesmo que cresçam as evidências de que eles [os políticos] se beneficiem ilegalmente de comissões em contratos superfaturados”, afirma o jornal. O periódico diz que a paralisação não foi total, já que ônibus e metrô no Rio funcionaram de maneira parcial, mas que, em São Paulo, o impacto foi maior, com a interrupção da maioria das linhas de transporte coletivo e “confrontos no caminho para o aeroporto de Congonhas”. Reprodução teleSUR – Venezuela A emissora multiestatal teleSur afirou que a greve geral veio como resposta às políticas de ajustes e cortes que leva adiante o governo do presidente de facto Michel Temer contra a classe operária e trabalhadora do país sul-americano. A página da emissora destacou a opinião da ex-presidente Dilma Rousseff, que chamou a greve geral de “dia histórico”. “A luta e a defesa da democracia é um dever de todos nós”, afirmou Rousseff, que disse que seu coração “se enchia de esperança”. Cubadebate – Cuba O periódico cubano disse que o Brasil se viu envolto em uma greve geral convocada pelos principais sindicatos do país “contra as reformas levadas a cabo durante o mandato de Michel Temer”. “As informações da imprensa que chegam de todos os estados coincidem em indicar o transporte público como um dos setores com maior adesão à paralisação, que se realiza para manifestar o descontentamento com as reformas trabalhista e de aposentadorias, ambas em discussão atualmente no Congresso”, diz. RT – Rússia A emissora russa RT também destacou a repressão policial no Rio de Janeiro, que usou canhões de água e gás lacrimogêneo contra manifestantes, em um dos maiores protestos na greve geral, que aconteceu em frente à Assembleia Estadual do Rio. “A greve geral foi a primeira em duas décadas no Brasil. Milhões de brasileiros ficaram em casa nesta sexta, de acordo com os organizadores da greve. Trabalhadores protestaram contra congelamento nos gastos públicos e mudanças nas aposentadorias e nas salvaguardas trabalhistas”, afirmou a emissora. Reprodução/Frente Brasil Popular Manifestação em São Paulo durante greve geral se concentrou no largo da Batata, zona oeste da cidade New York Times – EUA O jornal norte-americano The New York Times disse que o Brasil foi “tomado pela greve geral contra as medidas de austeridade”. “A greve revelou fissuras profundas na sociedade brasileira sobre o governo de Temer e susas políticas. O presidente permanece muito impopular após subir ao poder no ano passado com o impeachment de Dilma Rousseff. Mas Temer argumenta que suas reformas são necessárias para restaurar a confiança na fraca economia do Brasil”, diz o jornal. Le Monde – França Para o jornal Le Monde, da França, a greve foi “menor do que a esperada”, mas “histórica”. “Escolas públicas e privadas, correios, bancos, comércios, transportes e hospitais foram afetados em São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro na maior parte das grandes cidades por uma greve geral em sinal de protesto à reforma do mercado de trabalho e da previdência”, diz o periódico francês. Clarín – Argentina O jornal Clarín, da Argentina, deu ampla cobertura ao dia de greve geral e destacou a repressão policial feita no Rio de Janeiro contra os manifestantes. De acordo com o periódico argentino, a greve se converteu em um protesto contra o próprio Temer. “Convocada para manifestar-se contra as reformas das leis trabalhistas e previdenciárias, se converteu, na verdade, em um protesto contra o próprio presidente brasileiro. Em todas as capitais do país, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador e Porto Alegre, o transporte doméstico deixou de funcionar a partir da meia noite de sexta para retomar a atividade na madrugada de sábado”, diz a reportagem. La Tercera – Chile O veículo La Tercera afirmou que a greve paralisou parcialmente o Brasil “enquanto os índices econômicos pioram”, e destacou a tentativa de Temer de minimizar o movimento. “Uma avaliação díspare teve a greve geral convocada esta sexta pelos principais sindicatos do Brasil contra as reformas promovidas pelo presidente Michel Temer. Enquanto o governo qualificou a medida de pressão de ‘fracasso’, a Central Única dos Trabalhadores do Brasil (CUT) fez um balanço positivo. A greve geral, a primeira que se realizava no país desde 1996, coincidiu com a difusão de novos e negativos índices econômicos, em especial, no desemprego”.