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Nem fotos íntimas, nem mensagens comprometedoras, o que levou o hacker que roubou informações do celular de Marcela Temer a chantagear a primeira-dama teria sido um áudio que poderia jogar o nome do marido dela “na lama”
Por Sul 21
Nem fotos íntimas, nem mensagens comprometedoras, o que levou o hacker que roubou informações do celular de Marcela Temer a chantagear a primeira-dama teria sido um áudio que poderia jogar o nome do marido dela “na lama”. O conteúdo das mensagens trocadas entre Marcela e o hacker foram publicadas nesta sexta sexta-feira (10) pelo jornal Folha de São Paulo. Onze minutos depois de a reportagem estar no ar, um juiz de Brasília concedeu liminar para que a Folha não desse “publicidade a qualquer um dos dados e informações obtidas no aparelho celular”. A penalidade, caso o jornal não cumprir a ordem é R$ 50 mil de multa. Segundo informações do site Jota, a matéria da Folha de São Paulo foi publicada às 18h45. A ação judicial pedindo que o jornal fosse impedido de publicar o conteúdo das mensagens foi protocolada às 17h47 e a liminar, assinada pelo juiz Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, da 21ª Vara Cível de Brasília, saiu às 18h56. O juiz diz no documento que “a inviolabilidade da intimidade tem amparo legal claro” e o caso “não pode aguardar o desenvolvimento da marcha processual normal”.
O celular de Marcela Temer foi hackeado em abril do ano passado. Em seguida, a pessoa em poder do conteúdo extraído dele passou a contatar a esposa de Michel Temer pedindo R$ 300 mil para que não divulgasse o material. Segundo as mensagens divulgadas pela Folha, que fazem parte do inquérito, o hacker chantageou Marcela por um áudio em que ela conversa com o irmão Karlo Augusto. Na época das mensagens, ele estudava concorrer a vereador de Paulínia, cidade natal dela, pelo PSDC. As mensagens divulgadas pela Folha estão dentro do processo com mil páginas. O jornal El Pais diz ter tido acesso aos autos, mas que eles não fazem referência ao conteúdo do telefone, ou seja, não há transcrição do áudio que poderia comprometer Michel Temer, nem “dados íntimos” de Marcela. O caso foi resolvido em tempo recorde pelo então secretário de Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes. Atualmente no cargo de Ministro da Justiça, Moraes foi indicado por Temer para a vaga do ministro Teori Zavascki, no Supremo Tribunal Federal e deverá passar por sabatina no Senado em breve. O site HuffPost Brasil afirma que a investigação – que envolveu 5 delegados e 25 investigadores – ficou a cargo da Delegacia Anti-Sequestro, apesar de São Paulo ter uma delegacia específica para apurar cibercrimes. O hacker, identificado como Silvonei de Jesus Souza, foi preso no início de maio e condenado em outubro pela Lei Carolina Dieckmann. Ele cumpre pena de 5 anos e 10 meses em regime fechado por extorsão, obtenção de vantagem indevida e estelionato. Souza, que era telhadista, segundo o portal G1, teria conseguido acesso aos dados de Marcela depois de comprar um HD usado com informações de “e-mail, endereço, CPF, número de telefone e número de contrato de cliente com a empresa”, que o teriam ajudado a acessar contas da agora primeira-dama. A assessoria da Presidência da República respondeu à Folha de São Paulo que a fala do hacker, falando sobre o áudio comprometedor contra Temer, estaria “fora de contexto, misturando assuntos e referências para fins de chantagem e extorsão”. O jornal segue com a reportagem no ar.
Foto: Feliz Mauro Vieira/MDSA