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O governo Temer não precisa de agência de Comunicação, sequer de porta-voz (aliás, quem é?). Lá está, 24 horas por dia, a repórter Delis Ortiz e toda a retaguarda da rede à sua disposição para exclusivas, no Palácio do Planalto ou do Jaburu. Aliás, Temer é uma das novas estrelas permanentes do Fantástico
Por Zulcy Borges, no Observatório da Imprensa
Comunicação oficial sob nova administração
Jornal Nacional de quarta-feira, 1º de junho último. A reportagem sobre ativistas sem teto que ocuparam o prédio da Presidência da República, em São Paulo, chega ao ápice focalizando PMs dando cacetadas, literalmente, em uma mulher e outros invasores desarmados. Logo William Bonner justifica a violência dos policiais – a mulher chutou uma lixeira.
Este vem sendo o tom da cobertura da Globo do governo Temer. Muito parecido com o noticiário televisivo policialesco da Record e da Bandeirantes – em que a polícia sempre tem razão em qualquer circunstância, mesmo matando.
O governo Temer não precisa de agência de Comunicação, sequer de porta-voz (aliás, quem é?). Lá está, 24 horas por dia, a repórter Delis Ortiz e toda a retaguarda da rede à sua disposição para exclusivas, no Palácio do Planalto ou do Jaburu. Aliás, Temer é uma das novas estrelas permanentes do Fantástico.
Fica, então, no ar, o que acontecerá com os funcionários e jornalistas da EBC e da Rede Brasil ainda não demitidos, sob a tutela, ao menos formal, do novo ministro das Comunicações e outras coisas, deputado federal Gilberto Kassab.
Foto de capa: Marcelo Camargo/Fotos Públicas