Foto de beijo gay prejudica venda de jornal na Inglaterra

“É engraçado como uma imagem mostrando amor incomoda tanto as pessoas, enquanto imagens mostrando mulheres como objetos sexuais passam sem comentários em nossos jornais nacionais todos os dias”, disse leitor do periódico

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“É engraçado como uma imagem mostrando amor incomoda tanto as pessoas, enquanto imagens mostrando mulheres como objetos sexuais passam sem comentários em nossos jornais nacionais todos os dias”, disse leitor do periódico Tradução e edição: Leticia Nunes. Informações de Roy Greenslade [“Bristol Post editor asks: 'Did I go too far with gay kiss on front page?'”, Greenslade Blog, The Guardian, 7/4/14]. Publicado no Observatório da Imprensa   Milhares de pessoas deixaram de comprar a edição de um jornal de Bristol, na Inglaterra, que trazia na capa uma foto de dois homens se beijando. “Fui longe demais com um beijo gay na primeira página?”, questionou o editor-chefe Mike Norton aos leitores do Bristol Post. A imagem mostrava o primeiro casamento entre pessoas do mesmo sexo em Bristol, realizado em 31/3. Mike McBeth e Matthew Symonds, explicava a legenda, trocaram alianças depois de 20 anos juntos. “Eu pensei que Bristol estivesse pronta para aquela foto... mas estava errado. Perdemos milhares de vendas”, escreveu Norton, contando que, antes da publicação, perguntou a opinião de várias pessoas, entre amigos e parentes de diferentes idades e partes da cidade, sobre a imagem, e ninguém afirmou tê-la achado ofensiva. “Mas claramente o que as pessoas dizem e o que as pessoas fazem são coisas diferentes”, desabafou o editor em um artigo publicado no site do Bristol Post. A pergunta feita por ele deu início a um debate sobre homofobia e valores morais na seção de comentários, com alguns leitores criticando a foto e outros defendendo a decisão do jornal. “Perversão sexual é algo repulsivo. É simples assim”, dizia um dos comentários, seguido por outro: “É engraçado como uma imagem mostrando amor incomoda tanto as pessoas, enquanto imagens mostrando mulheres como objetos sexuais passam sem comentários em nossos jornais nacionais todos os dias”.