Por Nicolau Soares, para a Rede Brasil Atual
[caption id="attachment_27603" align="alignleft" width="300"] Protestos contra a postura da Globo em coberturas e sobre o direito às concessões têm sido frequentes (Foto: Intervozes)[/caption]A Globopar, empresa ligada à TV Globo, está com parte de suas contas bancárias e bens bloqueados devido a uma dívida ativa de R$ 178 milhões com o Tesouro Nacional. A notícia foi apurada pelos jornalistas Amaury Ribeiro JR e Rodrigo Lopes, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte (MG), e antecipada na noite dessa segunda-feira (22) pelo blog Vi o Mundo.
De acordo com a matéria, documentos conseguidos pelo Hoje em Dia na Justiça Federal do Rio de Janeiro mostram que a dívida inscrita no cadastro de inadimplentes federais foi originada por várias sonegações de impostos federais.
As contas bancárias da Infoglobo e a da empresa Globo Ltda. também chegaram a ser bloqueadas por solicitação da Procuradoria da Fazenda Nacional do Rio de Janeiro. Mas os irmãos Marinho – Roberto Irineu, José Roberto e João Roberto, donos da emissora – conseguiram na 26ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro autorização para liberar o bens dessas duas últimas empresas no mês passado.
A dívida da Globopar, no entanto, já está inscrita no cadastro de inadimplentes do Tesouro Nacional, em fase de execução. Na semana passada, a Globo conseguiu adiar a entrega de seu patrimônio ao Tesouro até que o processo transite em julgado
Prevaricação
O Hoje em Dia também teve acesso ao processo que apurou o sumiço do inquérito de sonegação das Organizações Globo na compra dos direitos da transmissão da Copa de 2002.
Um documento enviado pela Receita à Justiça em 2010 comprova, ao contrário do que a emissora divulgou, que a dívida de R$ 600 milhões nunca foi paga. A papelada comprova ainda que o Ministério Público Federal, ao ser avisado sobre operações de lavagem de dinheiro entre a Globo e a Fifa nas Ilhas Virgens Britânicas, prevaricou.
Em vez de solicitar investigação à Polícia Federal, preferiu emitir um parecer que atesta não ter ocorrido nenhum ato ilícito nas transações nas Ilhas Virgens. Um inquérito criminal contra os irmãos Marinho chegou a ser instaurado, mas também sumiu das dependências da Receita Federal.
Não bastasse toda essa confusão, a Globopar continua sonegando. E como nunca. Nos últimos dois anos, a empresa foi notificada 776 vezes pela Receita Federal por sonegação fiscal.
A maior parte dessas autuações envolve a apreensão de equipamentos, sem o recolhimento de impostos, no aeroporto do Galeão, no Rio De Janeiro. Para um bom entendedor a Globopar é uma empresa contumaz na prática do descaminho.
O Ministério das Comunicações do governo Dilma Rousseff e os demais governantes, estaduais e municipais, liberaram verba para empresa inadimplente com a União, o que constitui ato de improbidade administrativa. A liberação pode ser comprovada no site do Ministério da Fazenda.