Depois de Rodrigo Vianna, o blogueiro do Cafezinho sofre processo movido pelo diretor da Rede Globo
Da Redação
O blog O Cafezinho, mantido pelo jornalista Miguel do Rosário, está sendo processado pelo diretor de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel. O motivo seria um post publicado em janeiro deste ano intitulado As taras de Ali Kamel, no qual Rosário procura defender o colega Rodrigo Vianna, também processado e condenado em uma ação movida por Kamel.
Na opinião de Rosário, a “acusação é tosca e inepta”. Isso porque, diz o blogueiro, seu texto refere-se à empresa onde Kamel trabalha e faz críticas à Justiça. “É inacreditável que o diretor de jornalismo da empresa que comete todo o tipo de abuso contra a democracia, contra a dignidade humana, a empresa que se empenha dia e noite para denegrir a imagem do Brasil, aqui e no exterior, cujos métodos de jornalismo fazem os crimes de Ruport Murdoch parecerem estrepolias de uma criança mimada, pretenda processar um blogueiro por causa de um chiste!”, afirmou o blogueiro no post que rendeu o processo.
Rosário justifica que não poderia dirigir adjetivos ao diretor da empresa, o qual nem conhece, mas sim à Rede Globo, ao qual faz duras críticas políticas.
“É realmente ridículo que o executivo mais poderoso do jornalismo da Globo, cujo maior ativo é uma concessão pública líder no mercado, e portanto constitui um agente político com grande influência na opinião pública e nos processos eleitorais, queira asfixiar as vozes dissonantes através de chicanas jurídicas”, afirma Rosário.
No processo, Kamel pede R$ 41 mil de indenização moral e que seja aplicada a maior pena possível para “desestimular ao máximo que o imenso sofrimento do autor com as descabidas ofensas que lhe foram dirigidas no post As taras de Ali Kamel se repita ou venha a ser experimentado por novas vítimas do réu”.
Segundo o blogueiro, o advogado de Ali Kamel, João Carlos Miranda Garcia de Souza, é também advogado da Rede Globo. “É pago, portanto, com recursos oriundos de uma concessão pública que se consolidou durante um regime totalitário, e com apoio de um governo estrangeiro (EUA). Posso afirmar, portanto, que estou sendo processado pelas mesmas forças que implantaram a ditadura no Brasil. Eu não tenho advogado, não tenho dinheiro, nem minha conta bancária foi abastecida com recursos da ditadura ontem, e da Secom hoje”, critica.
O processo é o número 0314414-68.2013.8.19.0001, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A primeira audiência de “conciliação” acontece em fevereiro de 2014.