Conhecido no mundo, principalmente por ser considerado o paraíso dos surfistas, o Havaí corre o risco de estar com os dias contados, pelo menos sob o ponto de vista geológico.
Pesquisa recente desenvolvida pela Universidade do Havaí, divulgada pela publicação Surfer, revelou que áreas das ilhas que formam o arquipélago estão afundando no oceano muito mais rápido do que se pensava.
O estudo é liderado por Kyle Murray, do Climate Resilience Collaborative (CRC), que fez um relato chocante: enquanto a taxa média de afundamento em Oahu é de 0,6 mm por ano, algumas regiões da mesma ilha estão afundando até 40 vezes mais rápido, superando 40 mm anuais. O fato implica que essas áreas têm muito mais chances de sofrerem com inundações frequentes bem antes do período previsto.
Oahu é uma das ilhas mais famosas para o surfe, especialmente a costa norte, onde se encontra Pipeline, uma das ondas mais lendárias do planeta.
“Em locais que afundam rapidamente, os impactos da elevação do nível do mar serão sentidos muito antes do que se estimava, o que exige uma preparação mais imediata para enchentes”, declarou Kyle Murray.
O diretor do UH Sea Level Center, Phil Thompson, afirmou que algumas áreas, como a região industrial de Mapunapuna, podem sofrer 50% mais inundações até 2050. Ou seja, o que era uma preocupação de longo prazo se tornou um problema urgente.
Os pesquisadores ressaltaram, ainda, que os dados colhidos são fundamentais para que o governo local e os moradores adotem medidas para diminuir os impactos do rápido afundamento.
“Nosso estudo fornece informações críticas para o planejamento urbano e para a resiliência da infraestrutura no Havaí”, avaliou Chip Fletcher, coautor da pesquisa.
“Esse trabalho serve diretamente à população do Havaí, garantindo que as estratégias de adaptação locais sejam baseadas na melhor ciência disponível. Assim, podemos proteger casas, negócios e áreas culturais”, completou.
O futuro das ilhas
O cenário preocupante não representa, a princípio, que as ilhas vão desaparecer já nos próximos anos. Porém, os cientistas alertam que, sem ações preventivas, inundações frequentes e erosão devem afetar, significativamente, a vida no arquipélago.
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