BORA TRABALHAR...

A ideia de Lula para militares terem alguma serventia que irritou as Forças Armadas

Conhecidos por historicamente interferirem na política com ações golpistas, e pelas ‘mamatas’, eles podem agora ter que trabalhar de verdade. Mas já tem gente reclamando

Lula passa em revista às tropas em Brasília.Créditos: Geraldo Magela/Agência Senado
Escrito en MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE el

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante uma entrevista à rádio Norte FM, na manhã desta quarta-feira (11), tornou pública uma ideia que, a bem da verdade, já era ventilada havia algum tempo e que envolve diretamente arranjar algum tipo de serventia para os militares das Forças Armadas.

A intenção é que esses servidores, pertencentes a organizações historicamente envolvidas em ações de interferência política golpistas, e que são conhecidos pelo resto da sociedade pelas ‘mamatas’ a que têm direito na carreira, sejam usados no combate às devastadoras queimadas cada vez mais comuns e corriqueiras no território nacional, tendo em vista os efeitos destruidores ocasionados pela crise climática.

“Já que ele [o jovem em serviço militar] está um ano nas Forças Armadas, vamos tentar preparar esses meninos. São 70 mil jovens por ano, que a gente pode preparar e torná-los profissionais de combate à questão climática. De defesa do planeta, da floresta, da água, da vida humana. A gente pode fazer isso, porque vamos precisar”, declarou o presidente.

Para Lula, a questão em voga é de absoluta gravidade e urgência, o que o levou inclusive a anunciar, na terça (10), a intenção de criar uma autoridade climática a ser implantada no país, já que combater o problema seria responsabilidade de todos. Nessa lógica, os militares e suas organizações também deveriam desempenhar algum papel.

“Nós queremos ter milhões de pessoas preparadas para enfrentar a questão de queimadas no Brasil... No fundo no fundo, queremos levar definitivamente a sério a questão climática. Não é mais uma questão secundária, da universidade, apenas de cientistas. É uma questão da responsabilidade de todos nós”, acrescentou.

Naturalmente, no caso da ideia se concretizar, os recrutas não iriam para o “campo de batalha” sem seus superiores de carreira para coordená-los. Só que é aí que mora o problema. Alguns oficiais estrelados já estariam contrariados com o plano, alegando que tal medida iria contra a incumbência constitucional do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

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