De Baku, Azerbaijão -- O presidente da França, Emmanuel Macron, levou uma sapatada retórica do líder da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, na abertura da Cúpula de Ação Climática dos Líderes Mundiais, com linguagem pouco comum num evento diplomático.
"As pessoas responsáveis por isso [pelo aquecimento global] estão ausentes. Como podem ser eficazes as negociações climáticas se o presidente da França nem está presente?", afirmou.
Macron não veio porque Paris é aliada da Armênia, que em 2023 perdeu a guerra para o Azerbaijão pelo controle da região de Nagorno-Karabakh/Artsakh.
O Acordo de Paris, que resultou da COP21, é a base sobre a qual o planeta tenta controlar as emissões de gases efeito estufa e o aumento da temperatura global.
Lukashenko tem um histórico de bate-bocas com Macron, que já pregou a derrubada do líder da Bielorrússia, aliado próximo de Vladimir Putin na guerra da Ucrânia.
Tocando a real
Mais cedo, o presidente do Azerbaijão usou seu discurso para atacar os críticos de seu governo, que pregaram um boicote à COP29.
Infelizmente, temos dois pesos e duas medidas e o hábito de dar sermões a outros países. A hipocrisia política tornou-se uma espécie de modus operandi para alguns políticos, ONGs controladas por Estados e meios de comunicação de fake news em alguns países ocidentais.
Ele definiu o gás e o petróleo como "dádivas divinas", que deveriam ser levadas ao mercado para servir às pessoas.
Ilham Aliyev constrangeu a União Europeia publicamente, dizendo que seu país só vai aumentar a produção de gás e petróleo para atender à demanda dos europeus.
"Não foi nossa ideia", ele acrescentou.
Ambientalistas do Ocidente hoje atacam países produtores como a Rússia, os Emirados Árabes Unidos, o Catar e o Azerbaijão por não abandonarem o petróleo e o gás.
Porém, isso não acontecia quando os países ricos torravam petróleo para desenvolver suas próprias economias, motivo pelo qual chegamos hoje a uma emergência climática.