O derretimento das geleiras e o consequente aumento do nível do mar têm sido uma preocupação crescente para a comunidade científica e os governos em todo o mundo. De acordo com o recente relatório anual da Organização Meteorológica Mundial (OMM), publicado em 2023, a situação continua alarmante, com os níveis do mar atingindo recordes em 2022 e prevendo-se que esse fenômeno persistirá por milhares de anos.
No entanto, os pesquisadores liderados por Paul Bierman, da Universidade de Vermont, decidiram explorar o passado remoto dessa imponente camada de gelo em busca de respostas sobre seu comportamento futuro. O estudo utilizou técnicas avançadas de luminescência para analisar amostras congeladas de sedimentos e rochas coletadas durante o período da Guerra Fria.
Os resultados revelaram uma descoberta inédita: cerca de 416 mil anos atrás, a Groenlândia era uma paisagem exuberante, coberta de vegetação e vida. Isso destaca que, em um passado distante, essa região do norte do planeta já experimentou um período de derretimento de gelo.
Os modelos desenvolvidos pelos pesquisadores mostram que o derretimento da camada de gelo da Groenlândia durante o Estágio 11 do Isótopo Marinho (período interglacial) elevou o nível do mar em pelo menos 1,5 metro e possivelmente até 6 metros. Isso destaca a sensibilidade da região às mudanças climáticas e sugere que, se apenas partes da camada de gelo derreterem, o aumento do nível do mar pode ser drástico.
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Essa descoberta é significativa, uma vez que pode fornecer informações valiosas sobre a sensibilidade da Groenlândia às mudanças climáticas e os possíveis cenários futuros. A compreensão do passado do gelo groenlandês é crucial para prever como ele pode responder ao aquecimento global e quais seriam os impactos no nível do mar caso esse derretimento se intensifique.
O estudo destaca ainda a importância de ações coordenadas e eficazes para reduzir a concentração de dióxido de carbono na atmosfera, a fim de mitigar os efeitos do aquecimento global em regiões vulneráveis como a Groenlândia.
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A pesquisa foi resultado de uma colaboração entre várias instituições acadêmicas, incluindo a University of Vermont, University of Utah, Columbia University, University of Connecticut e University of Copenhagen.
Essa descoberta reforça a necessidade contínua de estudos científicos e esforços globais para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e buscar soluções para proteger o meio ambiente e as comunidades que dependem dele. O conhecimento adquirido através dessa pesquisa pode ser fundamental para orientar políticas e medidas efetivas de mitigação e adaptação climática.
Com informações do Infobae.