BRASKEM

Movimentos vão às ruas contra o afundamento de Maceió

Tragédia está sendo comparada a Mariana e Brumadinho

Cidade fantasma.A tragédia dos bairros de Maceió que afundam ainda está em andamentoCréditos: Reprodução
Escrito en MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE el

O Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) e a Associação de Empreendedores Vítimas da Mineração em Maceió promovem nesta quarta-feira, às 7 horas da manhã, na capital alagoana, uma manifestação conjunta contra a Braskem, reponsável pelo "maior crime ambiental em solo urbano do mundo, com mais de 200 mil pessoas afetadas direta e indiretamente".

A concentração vai acontecer diante do Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (CEPA), complexo educacional atingido pela mineração da petroquímica no subsolo da cidade.

A exploração de sal-gema em Maceió começou nos anos 60. O minério é utilizado na produção de materiais de grande utilização na construção civil, como o PVC e a soda cáustica.

A injeção de água foi o método utilizado, com a retirada de salmoura. Porém, os vazamentos começaram a fragilizar o subsolo e a provocar rachaduras. As primeiras apareceram no Bairro do Pinheiro.

Hoje, uma região inteira de Maceió tornou-se cidade-fantasma, com 55 mil pessoas deslocadas.

As 35 minas de sal existentes sob a capital alagoana, em profundidades que chegam a 1.200 metros, foram desativadas em 2019 pela Braskem, mas o risco de desabamento persiste.

De acordo com os organizadores, haverá

a participação de moradores dos bairros atingidos que foram desapropriados e os remanescentes, como os moradores do Bom Parto, Flechais e Bebedouro, atingidos diretamente pelo descaso diante do agravamento da situação, com risco iminente de colapso de uma nova mina 

Bairro já desocupado em Maceió. Foto Agência Brasil

A mina a que se referem tem o número 18.

Se colapsar, a cratera será preenchida por água da lagoa Mundaú, com movimento de terra de consequências imprevisíveis.

A Braskem, responsável pelas minas, diz que já indenizou 17.828 moradores e mantém um sistema de monitoramento da região.

O mapa da Agência Brasil localiza a Mina 18

A empresa é uma das dez maiores petroquímicas do mundo.

O senador Renan Calheiros apresentou um pedido de CPI no Congresso, que até agora não foi instalada.

O colapso das minas está sendo comparado às tragédias de Mariana e Brumadinho:

O ato pretende desencadear uma agenda de mobilizações unificadas na capital em denúncia ao crime ambiental, envolvendo as organizações em diálogo com a sociedade. Além dos atos de rua, as ações também pautarão as redes sociais com a tag #MaceióEstáAfundando. A iniciativa dá continuidade a ação feita na última sexta-feira (1), que colocou a menção #BraskemCriminosa como um dos assuntos mais comentados no país nas redes sociais, com a adesão de artistas, parlamentares e público geral