BRASIL DE BOLSONARO

Saideira do desgoverno: desmatamento ilegal aumentou 150% em dezembro

Com receio da mudança na política ambiental, ruralistas criminosos intensificaram a destruição da Amazônia

Desmatamento na Amazônia.Créditos: Arquivo/Agência Brasil
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Escrito en MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE el

Em 2022, o resultado do desmatamento ilegal na Amazônia foi o maior desde 2015, segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE). Os municípios de Lábrea e Apuí, no Amazonas, lideram o ranking de cidades com maior área desmatada no período. A destruição de 218,41 km² de floresta, apenas em dezembro, segue a tendência de alta verificada ao longo de todos os meses do ano e, na comparação com dezembro de 2021, o aumento passa de 150%

Os dados são Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER) e ainda serão consolidados pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES), sistema mais preciso para medir a área total afetada. Com quase 60% de aumento no desmatamento, ao longo dos últimos quatro anos (Observatório do Clima) a gestão Bolsonaro alcançou índices recordes de áreas desmatadas: em média, 11.396 km² por ano, segundo o INPE.

“Os números do desmatamento representam o resultado de uma triste decisão de abandonar nossas florestas a própria sorte. Teremos um grande desafio pela frente. Precisamos de um estado que tenha políticas públicas ambientais robustas capazes de reverter esse quadro”, avalia o deputado federal Rodrigo Agostinho (PSB-SP), da Frente Parlamentar Ambientalista.

Desmatamento zero

Nesta sexta-feira (6), na primeira reunião ministerial do governo, o presidente Lula reafirmou o compromisso com o desmatamento zero e deu um ultimato aos criminosos ambientais. “Aqueles que quiserem teimar de continuar desrespeitando a lei, invadindo o que não pode ser invadido, usando agrotóxico que não pode ser usado, esse a força da lei imperará sobre eles, e nós vamos exigir que a lei seja cumprida”.

Na cerimônia de posse, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, anunciou a criação da Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento e Ordenamento Territorial que tem como objetivo “fazer com que o desmatamento deixe de ser a principal causa das emissões brasileiras de gases de efeito estufa, de perda de nossas florestas e biomas”. Quando foi ministra do primeiro governo Lula, Marina Silva contribuiu para a redução da taxa de desmatamento da Amazônia Legal em 80%.