MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE

Marina Silva em Davos: “Sustentabilidade não é só econômica e ambiental, mas também social”

Ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima mandou recado a líderes mundiais em mesa do Fórum Econômico Mundial

Marina Silva em Davos.“Sustentabilidade não é só econômica e ambiental, mas também social”Créditos: Reprodução/Twitter@MarinaSilva
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A ministra do Meio Ambiente e da Mudança Climática (MMA), Marina Silva (Rede-SP), fez sua primeira participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos na Suíça, na tarde desta segunda-feira (16), em painel intitulado ‘Em harmonia com a natureza’. Marina aproveitou a fala para cobrar ações das lideranças mundiais, tanto de governos como de empresas, e discorreu sobre como as questões ambientais e econômicas não se descolam das sociais e políticas.

“Às vezes pensamos que já estamos fazendo algo por estarmos falando sobre e encontrando concordâncias, mas nada muda se não agirmos. Por isso em 2003, quando fui para o Ministério, falei para toda a minha equipe, e dessa vez falei a mesma coisa, que devemos liderar pelo exemplo. Muitas vezes falamos, planejamos e não fazemos; e as empresas e os governos têm condição de fazer. No nosso caso, se não reduzirmos o desmatamento, vamos ter apenas falado”, explicou a ministra.

Marina apontou em seguida que as ações que deve tomar à frente do MMA, assim como de outras instâncias no Brasil e no mundo, devem ser pensadas em duas frentes. A primeira, visando proteger o meio ambiente, deve andar em paralelo com a segunda, que se expressa no necessário combate às desigualdades sociais e econômicas. Mas, para isso, ressaltou que é necessário haver vontade política.

“O mundo é desigual. No meu país há 120 milhões de pessoas que estão passando fome. Nós tínhamos saído do mapa da fome e hoje temos 33 milhões de pessoas vivendo com menos de um dólar por dia. A sustentabilidade não é só econômica e ambiental, mas também social e política”, exemplificou.

Para Marina, a humanidade já apresenta as capacidades tecnológicas, científicas e os recursos para a recuperação ambiental, o crescimento econômico e a redução das desigualdades. No entanto, é preciso um “constrangimento ético e político”, sobretudo em relação a governos e grandes corporações, para que esse potencial seja usado com vistas a um mundo um pouco mais respirável e diverso.

“Já temos a maior parte das respostas técnicas, já temos tecnologia para produzir energia limpa, alimentos e para ensinar as pessoas, mas infelizmente ainda temos muitos analfabetos e pessoas passando fome. Ou seja, já temos os recursos e condições em partes da sociedade, e o que nos falta é o compromisso político e ético de usarmos a técnica que já temos para mudar o mundo que vivemos”, concluiu.