De acordo com levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgados nesta quarta-feira (17), a área total desmatada da Amazônia Legal entre agosto de 2021 e julho de 2022 foi de 10 mil e 700 km2 de floresta, equivale a sete cidades de São Paulo e é a maior em 15 anos.
Os dados do Imazon são obtidos por meio do seu Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) que dispõe de imagens de satélites de última geração capazes de medir desmatamentos em áreas menores que um hectare. Com ele, o instituto consegue medir o tamanho do desmatamento em toda a área da Amazônia que cobre 9 estados e quase 60% do território brasileiro. O período de medições anuais começa em agosto e termina em julho do ano seguinte.
Se somarmos este período com o anterior (entre 2020 e 2021), o total de desmatamento chega a pouco menos de 22 mil km2. O Estado de Sergipe, por exemplo, possui um território de 21.910 km2.
Cerca de um terço desse desmatamento aconteceu entre os estados de Amazonas, Rondônia e Acre, onde nos últimos anos tem havido um aumento das fronteiras agropecuárias sobre florestas públicas. Segundo o Imazon, o aumento na região em relação ao período anterior foi de 29% enquanto que em toda a Amazônia Legal foi de 3%.
A destruição é preocupante, sobretudo em uma quadra da história em que a humanidade começa a discutir seriamente a possibilidade de uma transição energética. Sobretudo após a divulgação do último relatório do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU) de que podemos ter um aumento médio de até 2 graus Celsius na temperatura do planeta ainda nesta década.