Um casal de ambientalistas denunciou que foi alvo de um atentado a tiros em sua própria residência, que se localiza em uma área de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) chamada “Santuário Rã-bugio”, em Guaramirim, no norte de Santa Catarina.
Os disparos acertaram as placas que sinalizam a reserva natural e a casa de Germano Woehl Júnior e sua esposa, Elza Woehl, que estava sozinha no momento.
Apesar de não ter sido atingida, a esposa de Germano está muito abalada com o atentado. “Ela ficou em pânico e está muito traumatizada até agora. Quando escuta barulho de moto se aproximando, corre em busca de abrigo e o som estrondoso dos tiros não lhe sai da cabeça”, declarou o ambientalista, em entrevista ao UOL.
O atentado ocorreu no dia 28, mas só se tornou público neste domingo (3), após a divulgação das imagens com as marcas de tiros nas redes sociais.
O ambientalista revelou que, “por sorte”, estava fiscalizando outras reservas no momento e, por isso, escapou de uma possível tragédia: “Essa foi minha sorte, porque senão eu estaria na linha de tiro. Ia atingir exatamente o local da mesa onde eu fico durante horas usando o computador”.
Vizinhos do casal contaram ter visto um homem deixar o local em uma motocicleta, logo depois dos tiros. A Polícia Militar (PM) foi acionada, porém, não encontrou o suspeito.
Ambientalista já havia denunciado um incêndio criminoso
Germano já havia denunciado um incêndio provocado por um motoqueiro, que atingiu 1 hectare de vegetação nativa em uma reserva natural.
“O suspeito do atentado contra nós pode ser o mesmo. Uma moto de trilha foi vista no local quando começou o incêndio”, observou.
Ele disse que o atentado é uma tentativa de intimidação, por causa das denúncias de irregularidades nas áreas onde atua.
“Eles têm ódio de ambientalistas. Nós não fazemos outras coisas que não seja defender a natureza. Simplesmente uma atividade dessas irrita certas pessoas. Defender a natureza no Brasil é perigoso”, acrescentou Germano.