Em mais um golpe contra o meio ambiente, o governo de Jair Bolsonaro retirou do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) a atribuição de monitorar e informar os dados a respeito de incêndios e queimadas em florestas brasileiras. O órgão era responsável por divulgar esse tipo de informação, diariamente, havia décadas.
O físico Ricardo Galvão, ex-diretor do Inpe, exonerado por Jair Bolsonaro em 2019, depois de defender a veracidade dos dados divulgados pelo órgão, destacou, ao Estadão, que a mudança significa uma forma de controlar as informações divulgadas.
“O Inpe não tinha essa questão de conflito de interesses. É um órgão da ciência e tecnologia. Seus dados sempre foram importantes e respeitados. Essa mudança claramente é para controlar a informação. É a única razão de fazer isso”, ressaltou.
Em cerimônia realizada pelo Ministério da Agricultura para anunciar a mudança, Miguel Ivan Lacerda de Oliveira, diretor do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), declarou que a função ficará com o órgão ao qual faz parte.
Integração
A partir já desta terça-feira (13), o Inmet, subordinado ao Ministério da Agricultura, vai acompanhar e divulgar os locais com probabilidade maior de ocorrência de incêndios, por intermédio do Painel de Monitoramento ao Risco de Incêndio.
De acordo com Oliveira, a alteração ocorreu para evitar dificuldades de integração de informações, pois os dados meteorológicos vinham do Inmet. “É um problema que o Brasil enfrentava há décadas, na verdade, há mais de 40 anos, a pulverização na divulgação de dados sobre incêndio e meteorologia”, argumentou.
Com informações do Metrópoles