Levantamento feito pelo jornal The New York Times e publicado dia 12 de março, mostra que memorandos do governo Trump (Partido Republicano) limitam ou simplesmente proíbem o uso de quase 200 palavras ou expressões relacionadas aos temas das mulheres, população LGBTI, movimento negro, meio ambiente, diversidade, feminismo, cultura, liberdade sexual e de gênero, etc.
Antirracismo, ativismo, ações afirmativas, inclusão, equidade, deficiência, identidade de gênero, imigrantes, diversidade cultural, saúde mental, homens que fazem sexo com homens, minorias, orientação, não binário, pessoas com útero, privilégio, preconceito, pessoas grávidas, poluição, raça e etnia, diversidade racial, pronomes, prostitutas, sistêmico, estereótipo, subestimado, sub-representado, populações vulneráveis, e, pasmem, até mesmo mulheres são palavras e expressões que entraram no index proibitorum de Donald Trump.
Pode existir ainda mais termos vetados do que os que constam na lista elaborada pelos repórteres do jornal norte-americano. Proibir o uso desses termos é parte do programa político do presidente Trump que é o combate ao que os ultraconservadores denominam “cultura woke” - algo vago e controverso, geralmente usado como sinônimo de políticas liberais progressistas, de reconhecimento e representatividade dos setores historicamente discriminados.
Trump já havia ordenado a remoção dos temas antirracistas e de valorização do pluralismo étnicorracial, nas escolas, algo que ele chama de “veneno”. Trata=se de uma ofensiva inédita por parte do Estado norte-americano aos direitos conquistados por mulheres, negros, imigrantes, LGBTI, pessoas com deficiência e minoria no geral.
Na avaliação de Toni Reis, doutor em educação e presidente da Aliança Nacional LGBTI+, a ascensão da extrema direita é um fenômeno internacional, que ocorreu no Brasil com Bolsonaro, na Hungria, na Argentina com Milei, na Itália e agora nos EUA, o que é um problema particularmente sério para quem depende do Estado. Para Reis, “Trump está censurando avanços que conseguimos em anos e anos de luta. Infelizmente, nós da comunidade LGBTI+ e principalmente as pessoas trans temos sido vítimas dessa ideologia de extrema-direita”.