Ontem, na Avenida Paulista, SP, foi dia da 28ª Parada LGBTQIA+. Centenas de milhares de pessoas, vindas dos mais diferentes lugares do país marcharam alegremente em defesa de seus direitos.
Porque a Parada não é apenas um momento de congraçamento da comunidade LGBTQIA+ no país, é momento de luta política.
O deputado e pré candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos esteve presente e realçou a importância da Parada na luta pelos direitos humanos e pela democracia.
O prefeito Ricardo Nunes, pré candidato à reeleição, fugiu da Parada temendo a reação dos bolsonaristas, embora ainda não seja oficialmente apoiado pelo ex-presidente.
O grande diferencial da Parada este ano foi a retomada das cores verde e amarela pela comunidade, incentivada pela cantora Pablo Vittar.
A deputada Erika Hilton falou sobre essa retomada das cores da bandeira brasileira e da luta pelos direitos LGBTQIA+ na Parada:
Bom dia Avenida Paulista! Bom dia ás minhas LGBTQIAPN+, que ocupam as ruas da cidade de São Paulo retomando o verde e amarelo de nossas bandeiras! O Brasil é nosso! Nós estamos hoje aqui, em mais um ano, na maior parada LGBTQIA+ do mundo, do mundo, dizendo e mandando um recado pra essa gente cafona, pra essa gente feia, pra essa gente nefasta. As LGBTs construirão a democracia brasileira! As LGBTs não arredarão o pé da luta pelos seus direitos. Nós somos cidadãs e merecemos a cidadania. Não abriremos mãos de nossa humanidade. Marcharemos, marcharemos nessa tarde reformando a bandeira brasileira para as nossas mãos. Lembrando que o Brasil segue sendo ainda o primeiro país do mundo que nos mata, mas nós estamos aqui! Nós estamos aqui resistindo! Nós estamos aqui lutando! Nós estamos aqui celebrando! E nós estamos dizendo, o Brasil será melhor! O Brasil pode e será maior do que esta gente horrorosa! Sabe por que o Brasil é e será maior? Porque o Brasil é preto, é LGBT, é indígena, é travesti, é viado, é sapatão, é não binário, esse é o verdadeiro Brasil. Nós somos o Brasil de verdade. Nós somos o Brasil do Brasil. Nós literalmente somos quem levanta cedo, quem enfrenta a violência, quem enfrenta a desigualdade. Eu quero convocar todos vocês. Inclusive o TSE passou no mandato, um dado muito triste, que havia uma expectativa de que nesta eleição poucos jovens participariam, menos jovens do que a pandemia. Eu quero dizer a vocês, minhas LGBTQIA+, não deixem de ir às urnas neste ano. Não deixe de votar! Não deixe de eleger políticos que representem vocês e os seus direitos. Estamos em marcha, estamos em luta. Obrigada por este afeto, por este carinho, por esta linda receptividade. Sigamos marchando contra o retrocesso e pelos direitos LGBTQIA+. Viva o nosso orgulho!
Dilema bolsomíniom
O problema é que a reapropriação do verde e amarelo pela Parada vai deixar bolsonaristas num dilema. Eles voltarão a vestir a camisa da seleção?
Agora antes de vestir seu uniforme verde e amarelo para orar para um pneu, ou se aboletar pendurado na frente de um caminhão, o bolsomíniom vai pensar duas vezes se não vai estar "dando pinta", visto que muitos deles são enrustidos, assistem até mesmo a shows escondidos, como o da Madonna no Rio...
O verde e amarelo volta a ser de todos os brasileiros, graças à Parada.