Na última segunda-feira (22), houve uma audiência judicial no caso da partilha de bens do apresentador Gugu Liberato, morto em novembro de 2019. Estiveram presentes os três filhos do apresentador, a irmã de Gugu, Aparecida Liberato, e Rose Miriam di Matteo, mãe dos três jovens, que foi excluída da herança no testamento deixado pelo apresentador e tenta ter sua união estável com Gugu reconhecida.
A família está dividida: João Augusto, filho mais velho, e Aparecida Liberato querem que o testamento seja respeitado. Do outro lado, Rose Miriam e as gêmeas Marina e Sofia, filhas caçulas, querem o reconhecimento da união estável entre a mãe e o pai, o que incluiria consequentemente Rose entre os herdeiros de Gugu. O testamento do apresentador deixa 75% do patrimônio para os filhos e 25% para os sobrinhos.
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Contudo, o imbróglio envolvendo o patrimônio de Gugu, que foi estimado em 1 bilhão de reais, não para por aí. Thiago Salvático, chefe de cozinha brasileiro que vive na Alemanha, quer ter sua união estável de 9 anos com o apresentador reconhecida pela justiça. Entenda a situação.
União estável com Thiago Salvático
Em janeiro deste ano, a 9ª Vara da Família e Sucessões de São Paulo negou o pedido de reconhecimento de união estável protocolado por Thiago Salvático. O chef tenta ter seu relacionamento reconhecido e, consequentemente, ser incluído entre os herdeiros do apresentador.
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Thiago alega que ele e Gugu se conheceram em 2011 e estavam juntos desde julho de 2013, quando o apresentador o pediu em namoro durante uma viagem à Turquia. No processo, consta mais de 40 viagens que o suposto casal teria realizado juntos, além de mensagens e uma conta bancária conjunta. A última viagem que fizeram foi entre outubro e novembro de 2019, um ano antes da morte do apresentador.
Em 2020, o chef de cozinha chegou a desistir de ter seu relacionamento com Gugu reconhecido, mas voltou atrás e ajuizou novamente a ação.
Homofobia na decisão
A decisão que negou o reconhecimento da decisão estável homoafetiva foi criticada Salvático, que pretende recorrer. "Eu quero e vou até o fim para provar quem realmente era o companheiro do Gugu, que era eu. Vivi com ele durante nove anos, e ele era uma pessoa muito reservada, não queria essa exposição, mas fazer o quê?", disse o chef de cozinha à revista Quem.
O juiz José Walter Chacon Cardoso classificou o relacionamento dos dois como "clandestino". Segundo o magistrado, o sigilo acerca da relação, preconizado por Gugu, impossibilita que a união estável seja declarada. Para o reconhecimento, seria necessário que Gugu e Thiago "fossem considerados um casal e que tivessem um relacionamento estável, público e duradouro".
A decisão diz que o relacionamento dos dois não se encaixa aos critérios de união estável: "O envolvimento clandestino, como se sabe, fora até mesmo do âmbito familiar das partes, não se amolda sequer em tese a uma união estável", diz um dos trechos do julgado.
"O juiz usou como base a 'família tradicional brasileira'. Aquela união estável mulher e homem, que pode ser pública, sem qualquer julgamento do entorno, sem sofrer preconceito, xingamentos. Em uniões homoafetivas, muitas vezes, essa publicidade é relativizada, e reconhecida pelos Tribunais, tanto é que confio na reversão dessa decisão", afirmou Salvático à Quem.
O chef de cozinha alega um teor homofóbico na decisão. Para Salvático, o fato de não poderem tornar o relacionamento público mostra uma inadequação na aplicação da lei nos casos de reconhecimento de relacionamentos homoafetivos. Além disso, o possível ex-companheiro de Gugu disse que a família e outras testemunhas não foram ouvidas no processo, que foi encerrado sem resolução de mérito.
A matéria usa informações do Portal IG e da revista Quem.