Em razão do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIAP+, nesta terça-feira (28), movimentos sociais realizam uma grande mobilização unitária nas ruas do Rio de Janeiro com o mote “LGBTIA+ pela democracia, genocida nunca mais”.
Mais de 60 entidades assinaram um manifesto divulgado nas redes com as reivindicações que os movimentos pretendem levar nessa marcha. Para os manifestantes, o presidente Jair Bolsonaro é preconceituoso e responsável por uma epidemia de fome.
O ato acontecerá a partir das 17 horas, partido da antiga sede da Alerj até os Arcos da Lapa. Os manifestantes prometem levar bandeiras LGBTIA+ e trans, e também bandeiras do Brasil nas cores LGBTIA. Um bandeirão de 10 metros ainda foi confeccionado. Mais de 30 músicos de diferentes blocos da cidade vão participar do cortejo. Após o ato, está prevista uma longa programação de shows no Festival Be Yourself, com entrada gratuita.
"O governo da famiglia Bolsonaro foi péssimo para todo país, como se pode notar pelo aumento histórico da fome e pela queda generalizada na renda e no poder de consumo dos brasileiros. Para população LGBTIA+, no entanto, esse governo foi ainda mais perverso. Porque, somados os fatores gerais que assolam a população, foi preciso lidar com uma intensa propaganda difamatória e o desmonte das poucas políticas que já existiam", diz trecho do manifesto.
"Para além da propaganda vazia sobre diversidade e o uso de bandeiras arco-íris, o que fazemos é exigir política de emprego e renda; atendimento humanizado na saúde, inclusive na saúde psicossocial; política de moradia, inclusive para lidar com expulsões sistemática de casa e a violência doméstica; e medidas eficazes para combater a LGBTIA+, geralmente articulada com machismo e racismo na realidade brasileira, levando à punição dos criminosos que atentam contra a integridade e a vida das pessoas LGBTIA+", afirmam os movimentos.
Entre os que assinam o chamado estão Casa Nem, Articulação Brasileira de Lésbicas, Fórum Estadual de Travestis e Transsexuais do Rio de Janeiro, Grupo Pela Vidda, Grupo Conexão G de Cidadania LGBT de Favelas, Instituto Trans da Maré, Liga Transmasculina, Coletivo LGBTI do MNU, Associação de Gays e Amigos de Nova Iguaçu e Mesquita, Gardênia Azul Diversidade e Movimento Unificado pela Diversidade.
“Nossa revolução ainda está em curso. Já havia luta antes de Stonewall, e até hoje ainda estamos brigando pelo que os cis-hetero já têm. Respeito, dignidade, afeto… Estamos nas ruas porque o presidente para não comprar vacinas para Covid insinuou que quem tomasse iria virar “viado”. É a combinação da intenção genocida dele, contra os pobres, os negros e os indígenas, com um discurso LGBTfóbico" afirma Indianara Siqueira, coordenadora da Casa Nem, instituição que realiza acolhimento de LGBTIA+ em situação de vulnerabilidade.
"Neste ano, mais do que nunca, precisamos ir às ruas lutar em defesa da democracia do nosso país. Estamos entre a liberdade e a barbárie, e nossos corpos LGBTI são alvos principais", diz Ranniery Soares, do Grupo Conexão G.