ATAQUE

Empresário bolsonarista assume autoria de postagem homofóbica sobre Contarato

Otávio Fakhoury, presidente do diretório do PTB em São Paulo, atacou o senador petista nas redes sociais

Fabiano Contarato é alvo de homofobia.Créditos: Waldemir Barreto/Agência Senado
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O inquérito aberto em fevereiro, pela Polícia Federal (PF), para investigar crime de homofobia contra o senador Fabiano Contarato (PT-ES) apesentou avanços.

O empresário bolsonarista Otávio Fakhoury foi acusado pelo petista, durante a CPI do Genocídio, em setembro, de ter usado as redes sociais para atacar Contarato por sua orientação sexual.

Fakhoury, que é presidente do diretório do PTB em São Paulo, prestou depoimento, por videoconferência, à PF.

O empresário, que estava depondo à comissão justamente no dia da denúncia, ironizou um erro de ortografia cometido por Contarato e atacou o senador.

“O delegado (Contarato), homossexual assumido, talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário... Quem seria o ‘perfumado’ que lhe cativou?”, postou.

Fakhoury assumiu a autoria da postagem, em seu depoimento à PF. Ele disse, ainda, que divide as publicações de suas redes sociais com a equipe. Porém, admitiu a responsabilidade pela mensagem.

O bolsonarista tentou justificar publicação, dizendo que teria se referido apenas à falha ortográfica de Contarato (escreveu “estado fragancial” em vez de “flagrancial”), e não à orientação sexual do senador, segundo a coluna de Lauro Jardim, em O Globo.

Fakhoury entrou na Justiça contra Jean Wyllys, mas perdeu processo

Em junho de 2021, o jornalista e escritor Jean Wyllus (PT) obteve uma vitória na Justiça contra Fakhoury. A juíza Marcela Dias de Abreu Pinto Coelho, da 2ª Vara do Juizado Especial Cível, em São Paulo, julgou improcedente o pedido de indenização por danos morais do empresário bolsonarista contra o ex-deputado.

“Este é só o começo da justiça que está vindo, da justiça que ainda se colocará por completo sobre todos os mentirosos, difamadores, assediadores e milicianos ameaçadores que, com dinheiro privado ou público, tentaram assassinar minha reputação, colocaram minha vida e a de minha família em risco e me obrigaram a me afastar de quem eu amo para nos proteger”, declarou Wyllys à Fórum.

Fakhoury, que é investigado nos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, queria uma indenização de R$ 41,2 mil depois de ter sido chamado de “criminoso” em uma postagem publicada pelo ex-parlamentar no Twitter, em 2020. O bolsonarista queria, ainda, retratação pública.

Porém, conforme decisão da juíza, não houve “nexo causal suficiente entre o dano alegado pelo autor e a conduta do réu”. Ela ressaltou, também, que se trata de um caso de “ofensas recíprocas”, e pontuou que mesmo que Fakhoury não tenha sido condenado, como sugerido por Wyllys, ele é investigado nas duas ações.