Evitando qualquer discussão em relação aos pronomes e desinências nominais quando o assunto é a transexualidade, informaremos que “ele”, que a partir de agora informa oficialmente que é “ela”, era um consagrado cantor da música gospel brasileira, com passagens por programas de televisão, como o do apresentador Raul Gil, da Record TV, e com uma indicação ao prestigiado Grammy Latino, em 2013, e ao Troféu Promessas, o mais importante do segmento no país.
Após se retirar da música religiosa há dois anos, assumir ser homossexual, e emplacar hits no estilo reggaeton, Jotta A, de 24 anos, que seguirá usando a mesma grafia de seu antigo nome artístico, anunciou nas redes sociais esta semana sua transição, e surpreendeu boa parte dos fãs e, sobretudo, do público evangélico, para quem se apresentou por muito tempo.
"Essa sou eu, indo ao cartório fazer a primeira solicitação de retificação do meu nome de registro. O processo é um pouco demorado, devido aos detalhes e protocolos. E na minha condição, que nasci em Guarajá-Mirim, em Rondônia, fica ainda mais difícil (na perspectiva de quem mora no sudeste do país)", escreveu Jotta A nas redes sociais, numa postagem direcionada a seus fãs.
Sobre permanecer usando o mesmo nome, a artista que ganhou fama com a música evangélica explicou que fez o máximo para não precisar alterar nada e manter sua antiga história conectada à atual.
“Cheguei à conclusão de que deveria manter ‘Jotta’. Mas, além de ser uma maneira de estar atrelada à minha história, acredito que seria difícil readaptar meus sobrinhos pequenos a deixarem de me chamar de tia Jotta (essa é a maneira carinhosa que eles me chamam já há alguns meses)”, contou a cantora.
Ela ainda agradeceu pelas novas experiências após se assumir mulher trans e mencionou aqueles que deram apoio em sua decisão.
"Recomeçar não é fácil, mas estou feliz por estar vivenciando todo esse processo. Feliz em ter tantas pessoas que me apoiam e acreditam em mim nessa nova etapa", disse Jotta A.