Um professor de artes do nono ano da Escola Municipal Pascoal Meller, que fica no Bairro Santa Augusta, em Criciúma (SC), foi demitido após exibir o vídeo da música "Etérea" do cantor Criolo.
No vídeo, o rapper questiona a fixidez das identidades sexuais e artistas LGBT se apresentam ao longo do clipe para representar as outras performances possíveis da sexualidade para além da heterossexual.
Porém, alguns pais dos estudantes não gostaram do conteúdo exibido e denunciaram o professor por meio das redes sociais e o fato viralizou na cidade.
O prefeito Clésio Salvaro (PSDB), ao tomar conhecimento, demitiu o professor, que era contratado como temporário, e classificou o vídeo do cantor Criolo como "viadagem".
"Já estou determinando a imediata exoneração daquele professor que em sala de aula expôs um vídeo erotizado, inapropriado, para alunos do município. Nós não permitimos, não toleramos, está demitido esse professor. Nas escolas do município, enquanto eu estiver aqui de plantão, isso não vai acontecer. Essa viadagem na sala de aula nós não concordamos", disse o prefeito.
Além disso, a Secretaria Municipal de Educação comunicou que o conteúdo do clipe não faz parte do plano de ensino, e que se trata de "conteúdo inapropriado".
O prefeito Clésio, além de classificar o episódio como "viadagem", convocou os pais a continuarem vigiando e denunciando situações semelhantes.
"Se os pais souberem de algo parecido exposto aos seus filhos, entre em contato que o professor ou profissional que expor, que apresentar esse tipo de comportamento, será exonerado de forma imediata, sem chances de continuar sendo funcionário da prefeitura", reforçou o prefeito.
"É necessário quebrar os padrões, é necessário abrir discussões"
Após tomar conhecimento da demissão do professor por exibir o vídeo de "Etérea", a equipe do cantor afirma que, "mais uma vez, desde o seu lançameto, o clipe e o documentário da música abrem espaço para ao debate na sociedade brasileira, após a lamentável demissão de um professor depois de exibir o projeto em sala".
No comunicado, Criolo destaca que "tanto o clipe como o documentário, ambos sem nenhum tipo de restrição pelas diretrizes do YouTube, já foram exibidos em diversos festivais de cinema e instituições de arte, música e dança".
"Compartilhamos orgulhosamente o documentário novamente aqui, na esperança de que ele possa chegar mais longe, com mais pessoas entendendo e refletindo sobre o que acontece em nosso território e como o Brasil se tornou o país que mais mata sua população LGBTQIA+ em todo o planeta", finaliza a nota.
Confira abaixo o clipe e a música de Criolo que geraram revolta em Criciúma: