Três dias antes de completar 34 anos, a travesti Ester Vogue, que estava em processo de transição de gênero, foi queimada viva no meio da rua, no centro de São Bernardo do Campo (SP), no último domingo (8). Ester chegou a ser levada ao pronto-socorro central da cidade, com cerca de 45% do corpo queimado. Mas, nesta terça (10), ela morreu.
E, na quarta-feira (11), dia de seu aniversário, seu corpo estava sendo velado em Carapicuíba (Grande São Paulo).
A Polícia Civil informou à Fórum que está investigando um homem de 25 anos e uma mulher de 30 anos pelo crime. No boletim de ocorrência, o relato dá conta que Ester contou, no pronto-socorro, que foi atacada enquanto dormia, por volta das 7h do domingo.
Ester era ligada à Casa Neon Cunha, que atende a população LGBTQIA+ em São Bernardo. A entidade publicou em suas redes sociais uma nota de pesar, pedindo justiça para o caso e que as investigações cheguem aos assassinos. Na nota, o relato do crime dá conta de que Ester teria sido queimada depois de discutir com uma mulher que a havia roubado.
O texto conta que ela era negra, pobre, vivia em situação de rua e tinha iniciado sua transição de gênero recentemente. Seu apelido antes de adotar o nome feminino era Tiago Vogue porque ela gostava muito de dançar o estilo musical, especialmente ao som da cantora Madonna.
A instituição termina sua nota dizendo: “Mais uma de nós foi vitimada e não descansaremos por ESTER e por todas as vítimas da LGBTQIA+fobia estamos em Luto”.
A Fórum tentou contato com a Casa Neon Cunha, para obter mais detalhes do caso, sem conseguir até a publicação desta matéria.