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Depois de dez anos de sacerdócio, o padre Giuliano Costalunga deixou a batina para construir uma vida a dois, (ou a três, como ele prefere dizer ), ao lado do marido Paolo Scala . Eles se conheceram dois anos atrás quando o religioso visitava pacientes em um hospital na pequena cidade de Selva di Progno e Piazza, na Itália. Um dos internados era o homem por quem viria a se apaixonar.
Giuliano convidou Paolo para ajudá-lo nas atividades paroquiais. O que antes era amizade se transformou em um grande amor. "Assim que percebi que o amava, deixei a paróquia, comecei a morar com ele e, embora não tivesse paróquia fixa, ainda era padre e celebrava missas quando me chamavam", contou Costalunga às agências internacionais de notícias EFE e EPA. Em fevereiro deste ano, ele anunciou ao bispo de Verona que estava deixando oficialmente a Igreja Católica para viver ao lado de Paolo. Eles se casaram em abril, em uma cerimônia que chamou a atenção da mídia italiana.
"Deixei o ministério sacerdotal com dor, porque acredito que um homem que acredita em Deus e ama Jesus pode ser um bom sacerdote. Mas é claro que a Igreja Católica não permite, então, para mim, não foi possível continuar", lamentou.
Nos dez anos que celebrou missas, ele enfatizava o amor comum a todas as raças, gêneros e orientações sexuais em sua pregação. "Não falava do amor homossexual, heterossexual, transexual. Falava do amor como um todo".
O casal se mudou para as Ilhas Canárias, arquipélago espanhol, para viver em uma região onde o amor homoafetivo é mais respeitado. "É uma ilha maravilhosa, a ilha da eterna primavera, onde há dignidade, respeito e a liberdade termina onde a do outro começa. Onde podemos celebrar o amor com normalidade", argumentou. O agora ex-sacerdote não abdicou da vida religiosa e da comunhão, pelo contrário, frequenta a missa todos os domingos na Paróquia de San Fernando de Maspalomas. "Vivemos um amor a três. Eu, Paolo e Deus. Para nós, é fundamental ter o espírito santo em nossas vidas", sintetizou.