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Jovem relatou que foi jogada no chão e recebeu chutes e socos, além de ofensas homofóbicas.
Da Redação*
Uma transexual, de 23 anos, denunciou ter sido agredida no último dia 21, durante show do cantor Wesley Safadão em Niterói, cidade na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com ela, um dos seguranças que fazia a proteção do perímetro do trio elétrico onde estava o artista a jogou no chão e depois deu chutes e socos, seguidos de uma declaração homofóbica. “Após ser empurrada, caí no chão e fui chutada. Lembri bem. Ele me empurrou e grutou: ‘Aqui não é lugar de viado’” .
A vítima (que não terá revelada a identidade por questão de segurança) chegou ao evento por volta das 16 horas, acompanhada da prima. Quatro horas depois, quando o show já estava próximo do fim, ocorreu a agressão. Ela descreveu o homem que a agrediu como alto, negro e usava uma farda cinza com o brasão do Rio de Janeiro.
Os chutes e socos teriam ocorrido após ela ter reclamado com o segurança sobre um empurrão dado na prima. O ataque a deixou com escoriações no joelho esquerdo, na mão e no queixo. Esta semana, a jovem disse que irá fazer o exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal.
No sábado (27), a jovem fez um registro de ocorrência na delegacia de São Cristóvão, na Zona Norte do Rio. No entanto, foi informada por agentes que a investigação ficaria a cargo da 77ª DP (Icaraí). O caso foi anotado como injúria e lesão corporal.
A moça estuda Medicina na Argentina e atualmente passa férias no Rio. Assim que chegou à cidade, em 15 dezembro, ela contou já ter ido a vários eventos. Desde a agressão, no entanto, ela conta estar mais apreensiva e cautelosa em relação aos locais onde vai. Ainda atordoada com a agressão verbal, a jovem chega a ser condescendente com os ataques físicos que sofreu. Segundo ela, a dor das lesões causada pelos golpes não se compara à dor de ter ouvido a declaração homofóbica. “Eu já fui a muitos eventos e nunca aconteceu alguma coisa assim. As dores da agressão não se comparam a essa fala”. A sensação é de vulnerabilidade. Por se sentir dessa forma, a jovem faz uma comparação inevitável na cidade em que vive na Argentina, em Rosário. Segundo ela, no país vizinho ela se sente mais protegida pelas leis e avalia que as pessoas são mais tolerantes com a diversidade. “A diferença é que lá tem muito mais leis que protegem. Lá, para fazer uma identidade com sexo feminino, não precisa fazer a cirurgia em si. Eles trabalham a diferença, a diversificação é trabalhada desde cedo. O Brasil é um país mais hostil, mas de uns anos para cá melhorou muita coisa”, explica. *Com informações do G1 Foto: Arquivo Pessoal