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A edição deste ano dos Jogos Olímpicos é a que conta com o maior número de atletas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros assumidos; ao todo 45 competidores declaram abertamente sua orientação sexual
Por Victor Labaki
O esporte de competição costuma ser um meio composto, em sua maioria, por homens heterossexuais. Pelo menos é muito difícil que um atleta gay exponha sua orientação sexual para o grande público. A edição deste ano dos Jogos Olímpicos, no entanto, é a que conta com o maior número de atletas lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros assumidos. Ao todo, 45 competidores declaram abertamente sua orientação sexual. O levantamento foi feito pelo site Outsports, plataforma dedicada aos esportistas LGBTs.
Nesta lista há cinco atletas brasileiros. Confira quem são:
1 - Ian Matos – Saltos Ornamentais
O saltador brasileiro de 24 anos tornou pública sua orientação sexual em uma entrevista ao blog LGBT do jornal O Dia. Ian é uma das esperanças de medalha do Brasil e já foi três vezes campão brasileiro no trampolim de 1 metro e é o atual campeão na plataforma de 3 metros. Ele contou que sofre preconceito nas competições por conta da sua orientação sexual e chega o ouvir adversários dizerem que "não vão perder para esse viadinho".
“Eu poderia levar a vida só com as pessoas próximas a mim sabendo da minha orientação sexual. Mas acredito em legado, e que pessoas que estão na mídia são formadoras de opinião. Então, por isso, acho que tenho compromisso de mostrar que ser gay não é um defeito, não é isso que te define. E que você pode ser feliz do jeito que você é”, diz.
2 - Isadora Cerullo – Rugby
Esse talvez tenha sido um dos momentos mais bonitos da Olimpíada deste ano. Após a cerimônia de entrega de medalhas que teve as australianas no ponto mais alto do pódio, uma outra cena chamou a atenção de quem acompanhava as competições na Arena Deodoro.
Marjorie Enya, voluntária que trabalha como gerente de serviços das competições de rúgbi, aproveitou o momento para pegar o microfone e pedir Isadora Cerullo, a Izzy, jogadora da seleção feminina de rugby seven, em casamento. As duas estão juntas há dois anos. O pedido foi aceito aos beijos e aplaudido pelas companheiras de time e os torcedores.
3- Rafaela Silva – Judô
A judoca brasileira Rafaela Silva ganhou as manchetes nessa última semana por ter conquistado o primeiro ouro do Brasil na Rio 2016, a atleta derrotou a romena Corina C?prioriu na categoria até 57kg. A vida de Rafaela já uma grande luta, nascida na Cidade de Deus, famosa favela do Rio de Janeiro, ela teve enfrentar obstáculos duros na carreira. Após ser desclassificada nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012, a judoca sofreu com xingamentos racistas em seu Twitter e chegou a pensar abandonar o esporte.
Um dos principais motivos que leva ela a seguir em frente é justamente sua namorada Thamara Cezar. Justas há três anos, a companheira cuida de tudo para que Rafaela se concentre apenas nas competições. Em uma entrevista ao portal G1, a judoca campeã contou a importância da namorada em sua carreira.
"Ela foi fundamental, porque ficava responsável por marcar entrevistas. Às vezes ela sabia que eu ficava cansada no treino e tentava minimizar a situação. Ela estava ali no dia a dia e sabia o que eu passava, quando eu estava cansada, quando eu não estava. Tudo o que eu precisava ela estava ali à disposição para fazer, então ela também é muito importante nessa conquista", disse.
4 - Larissa França – Vôlei de Praia
Larissa França já é conhecida da torcida brasileira pelas suas vitórias ao lado da parceira Larissa: sete vezes campeã do Circuito Mundial, duas vezes dos Jogos Pan-Americanos, um circuito mundial e medalha de bronze nas Olimpíadas de Londres em 2012.
Lésbica assumida, Larissa é casada com a também jogadora de vôlei de praia Liliane Maestrini. Ela chegou a dar uma pausa na carreira para tentar engravidar via inseminação artificial, mas não teve sucesso. Larissa voltou a competir em 2014, agora fazendo dupla com a jogadora Talita Antunes e tentam conquistar uma medalha nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
5 - Mayssa Pessoa – Handebol
Mayssa Pessoa nasceu em João Pessoa e tem 31 anos. Ela atua em um clube na Romênia e já foi campeã nacional. A goleira da seleção feminina de handebol participou das recentes conquistas do time nacional: conquistou a medalha de ouro no campeonato pan-americano de handebol em 2013 e nos Jogos Pan-Americanos de Toronto no ano passado.
Em uma entrevista a revista francesa Têtu, Mayssa se assumiu bissexual. Em uma entrevista para o UOL, a atleta brasileira criticou o preconceito que sofre no esporte. "[O esporte] É muito preconceituoso. Entre os homens, principalmente, muitos têm medo. Mas eu consegui tudo na minha vida e sigo conseguindo, e isso não influenciou. Sou bissexual? Sou. Tenho de aceitar isso, e todas as pessoas me respeitam", disse a goleira.
6 - Julia Vasconcelos – Taekwondo
A atleta brasileira de 24 anos começou a praticar taekwondo aos seis anos por influência do seu pai. Ela também é 3° sargento do Exercito Brasileiro e integrante titular da Seleção Brasileira Militar. O lista do site Outsports diz que Julia assumiu que é lésbica para a jornalista da Claudia Custódio, da ESPN Brasil.