Angela Ro Ro abandona festival de diversidade sexual e é acusada de conduta preconceituosa

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Luanna Marley, da Rede Nacional de Advogados/as Populares, diz que entidade está reunindo material e testemunhas para tomar os devidos procedimentos relativos à responsabilização da cantora por "conduta racista, homofóbica e transfóbica” Publicado em Adital
O show de abertura do For Rainbow, Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual de Fortaleza [Estado do Ceará], nesta quinta-feira (1º), foi protagonizado pela cantora Angela Ro Ro, que proferiu, conforme gravações e testemunhos, uma série de comentários preconceituosos, incluindo racismo, homofobia e transfobia. Chamou a plateia de "viadinhos”, "bichinhas” e "bandidinhos”. A artista teria ainda agredido o técnico de som do espetáculo, jogando água nele e chamando-o de "caboclinho” [referência à missigenação entre índios e brancos, comum no Brasil]. Sob vaias da plateia, Ro Ro interrompeu a apresentação, destacou o que seria o "perigo” de um show com ingressos distribuídos "de graça” e se retirou. angela-face2Na sua conta no Facebook, a cantora fez ameaças à produção do Festival e diz ter sido agredida. "Esta foi a 9ª edição do For Rainbow e espero junto aos meus advogados que seja a última! Angela Ro Ro”. Em outra postagem, a artista diz: "As pessoas têm que cumprir com as leis e respeitar os direitos dos outros, antes de solicitarem para si qualquer coisa!!! Simbora!! Estou cheia de amor pra dar. Estou voltando para o meu amado e chiquérrimo Rio de Janeiro!!! Não levem a mal!!! É bom ser carioca e mulher original de fábrica!!!”. Nesta última expressão, ela se compara às transexuais, que seriam mulheres "não originais”. Em nota na página do evento, a produção repudiou as declarações da cantora e lembrou que o For Rainbow é "um festival feito por gays, lésbicas, travestis, transexuais e heterossexuais. Por negras e negros, por brancos e brancas, por brasileiros e brasileiras, estrangeiros e estrangeiras. É formado por esse colorido lindo que dá sentido ao mundo.” A organização pediu desculpas ao público e reafirmou a missão permanente de abordar, de forma positiva, as questões da diversidade sexual e de identidade de gênero. Internautas também rechaçaram a conduta da cantora nas redes sociais. À Adital, a advogada Luanna Marley, da Rede Nacional de Advogados/as Populares – Renape/CEinforma que a organização repudia esse tipo de atitude. Ela salienta que a Rede está reunindo material e testemunhas e que, juntamente com os movimentos sociais, irá tomar os devidos procedimentos para a responsabilização da "conduta racista, homofóbica e transfóbica” da cantora. Em seu Facebook, Luanna relata que subiu ao palco para intervir diretamente. "Aqui, RACISTAS NÃO PASSARÃO!! (...) Vamos sim, não somente PARAR O SHOW DE RACISMO, mas DENUNCIAR este fato criminoso às autoridades competentes”. Foto de capa: Reprodução Facebook