Durante a Segunda Guerra Mundial, enquanto a Alemanha nazista dizimava comunidades judaicas em toda a Europa, uma mulher arriscava sua vida para salvar crianças do Gueto de Varsóvia.
Irena Sendler, uma assistente social polonesa, organizou uma das mais ousadas operações de resgate da história, retirando cerca de 2.500 crianças judias da morte certa.
Funcionária do Departamento de Bem-Estar Social de Varsóvia, Sendler usou sua posição para obter acesso ao gueto. Oficialmente, ela entrava para inspecionar as condições sanitárias, mas sua verdadeira missão era outra: contrabandear crianças para fora da área cercada.
Para isso, ela e sua equipe utilizaram os mais diversos métodos—desde esconder bebês em sacos e caixas até passagens secretas por esgotos e ambulâncias.
"Fui criada acreditando que uma pessoa deve ser resgatada quando está se afogando, independentemente de religião ou nacionalidade"
Cada criança resgatada recebia uma nova identidade e era acolhida por famílias católicas ou conventos, onde ficavam protegidas dos nazistas.
No entanto, Sendler fazia questão de anotar os nomes verdadeiros de cada uma delas, guardando os registros em frascos enterrados no jardim de um amigo. Seu objetivo era garantir que, ao fim da guerra, as crianças pudessem ser reunidas com seus parentes sobreviventes.
Ela sempre rejeitou o termo heroína:
Deixe-me enfatizar enfaticamente que nós que estávamos resgatando crianças não somos nenhum tipo de heróis. De fato, esse termo me irrita muito. O oposto é verdade. Continuo com dores de consciência por ter feito tão pouco.
Em 1943, a Gestapo descobriu suas atividades. Sendler foi presa, brutalmente torturada e condenada à morte. Recusou-se a entregar qualquer nome e só sobreviveu porque a resistência polonesa subornou um soldado nazista para libertá-la.
Durante o período socialista da Polônia, Sendler foi condecorada seis vezes por seus esforços para salvar as vítimas do Holocausto. . Em 2007, Irena Sendler foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz, mas não venceu. Seu legado, no entanto, permance vivo.
