CHINA EM FOCO

Embaixador da China nos EUA dá resposta ácida às tarifas dos EUA e relembra Grande Depressão

Não se receita remédios para os outros quando se está doente, afirma diplomata

Xie Feng, embaixador da China nos EUA
Xie Feng, embaixador da China nos EUACréditos: Embaixada da China no Brasil
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Em meio ao agravamento da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o embaixador chinês em Washington, Xie Feng, fez um apelo direto contra o protecionismo e alertou para os perigos de repetir erros históricos que agravaram a Grande Depressão da década de 1930.

Durante um evento cultural na embaixada da China, Xie usou metáforas para defender a cooperação contra a rota do conflito. “Não se trata uma dor de cabeça focando apenas na cabeça, nem uma dor nos pés mirando apenas os pés”, afirmou. “E certamente não se deve receitar remédio aos outros quando é você quem está doente", disse o diplomata.

Xie ainda fez uma importante lembrança. Logo depois da crise de 1929, o governo dos EUA decidiu aplicar a Lei Smoot-Hawley, de 1930, que aumentou tarifas de importação nos EUA e considerada por economistas como um fator agravante da crise econômica mundial daquela época.

“O ensinamento dessa lei ainda está vivo”, disse Xie. “Erguer barreiras tarifárias prejudica cadeias de suprimentos, eleva preços e afeta populações ao redor do mundo.”

O que foram as tarifas Smoot-Hawley?

As tarifas Smoot-Hawley, oficialmente chamadas de Tariff Act of 1930, foram uma das medidas econômicas mais controversas do início da Grande Depressão. Embora tenham sido aprovadas após o início da crise de 1929, elas agravaram significativamente a recessão global.

O comércio internacional despencou mais de 60% entre 1929 e 1933 graças à medida, que ampliou e estendeu a crise para todos os países do mundo.  

Por conta das retaliações, as indústrias e agricultores dos EUA perderam mercado, o que intensificou a Grande Depressão. Foi somente depois da redução das tarifas e do New Deal que o país se recuperou, abandonando a rota do protecionismo.

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