Em coletiva nesta segunda-feira (14), o porta-voz do ministério de Relações Exteriores Lin Jian criticou duramente a nova Doutrina Monroe dos EUA para a América Latina.
Recentemente, o secretário de Defesa dos EUA Pete Hegseth deixou claro que deseja retomar a América Latina como "quintal" dos EUA novamente.
Após semanas de aumento nas tarifas de importação contra todos os países com que mantém relações comerciais — mas predominantemente para a China, cuja taxação final chegou a 125% —, o governo trumpista voltou a acusar a potência asiática de manter “uma presença muito grande no Hemisfério Ocidental”.
Em entrevista concedida à Fox News na última quarta-feira (9), Hegseth afirmou que a China representa uma ameaça ao Canal do Panamá e que os EUA devem retomar a influência sobre a região, que chamou de “seu quintal”.
A resposta de Lin Jian mostra qual é a verdadeira influência negativa para o nosso continente: "As declarações de autoridades americanas relevantes estão impregnadas de viés ideológico e da mentalidade da Guerra Fria. Não há uma única palavra de verdade nelas. Quem vê a América Latina e o Caribe como um quintal e os impõe a "Nova Doutrina Monroe"? Quem continua apontando o dedo para os assuntos internos desses países? Quem os tem coagido com ameaças tarifárias? Quem está envolvido em vigilância global massiva? Quem tem bases militares em todo o Hemisfério Ocidental? Quem está permitindo que armas de pequeno porte, armamento leve e munições fluam para a América Latina e o Caribe como uma Zona de Paz? O mundo sabe muito bem a resposta a essas perguntas", afirma.
"A cooperação da China com os países da América Latina e do Caribe é uma cooperação Sul-Sul. Ela sempre visa o apoio mútuo e nunca é movida por cálculos geopolíticos. A China está comprometida com a igualdade e o benefício mútuo no relacionamento com esses países e nunca busca esfera de influência ou visa terceiros. Os EUA continuam difamando a China e propagando a chamada "ameaça chinesa" para inventar um pretexto para justificar sua ação de controlar os países desta região, mas nunca terão sucesso", completou Lin Jian.