O Exército de Libertação Popular da China é extremamente consciente do interesse dos EUA e de outras potências estrangeiras em desestabilizar sua integridade territorial e Taiwan é um dos principais pontos de atenção de Pequim.
Um estudo publicado no jornal acadêmico chinês Command Control & Simulation, publicado em 5 de junho, revelou uma possível estratégia do Exército da Libertação Popular contra um eventual ataque contra a China.
Resultados do estudo
Segundo o pesquisador Chen Huijie, engenheiro da unidade 92116 do PL, líder do estudo, a China seria capaz de manter um bloqueio naval e aéreo para defender a ilha apenas com seus drones militares.
"O bloqueio e controle de área se apresenta como um cenário típico de aplicação para enxames de drones em operações militares", descreve o artigo.
O artigo trata de uma simulação para bloquear e controlar uma ilha não nomeada com uma semelhante ao terreno de Taiwan. No cenário, a ilha estava fortificada com defesa antiaérea e com navios de guerra.
"Dada a presença de ameaças móveis amplamente dispersas, altamente ocultas e sensíveis ao tempo na ilha e nas águas adjacentes, o uso de forças tripuladas tradicionais para reconhecimento e ataques representa um desafio em termos de baixa relação custo-eficácia", escreveu a equipe de Chen.
"Por outro lado, equipamentos não tripulados oferecem vantagens, incluindo descartabilidade, baixo custo e mínimas baixas. A integração de agrupamentos não tripulados em uma guerra sistemática é esperada para acelerar os ciclos de reconhecimento, identificação, tomada de decisão e ataque, consequentemente aumentando a eficácia geral do combate"
A conclusão do estudo afirma que o uso de drones seria suficiente para conseguir controlar uma ilha sem a necessidade de destacamento de outras forças.
"Aumentar ainda mais o número de drones de patrulha aumentará a capacidade de combate, mas a mudança não é significativa", escreveram os pesquisadores.
Drones chineses avançam
A China fez avanços significativos na tecnologia de drones militares nos últimos anos, com foco no desenvolvimento de drones tanto de alta qualidade quanto de baixo custo e descartáveis para várias aplicações.
O país está desenvolvendo drones capazes de se dividir em seis unidades separadas no ar para sobrecarregar a defesa inimiga e tem feito investimentos para desenvolvimento de alternativas militares mais baratas do que as encontradas no Ocidente.
A indústria bélica chinesa se tornou uma grande exportadora de drones militares, entregando mais de 280 drones de combate para o Oriente Médio, Norte da África e Sul da Ásia na última década.