CHINA EM FOCO

Pacto de Xangai se reúne e China reforça laços com ex-soviéticos: "novos progressos"

Organização de Cooperação de Xangai é um dos fóruns internacionais mais importantes da atualidade; novo país entrou no bloco

Cúpula da Organização de Cooperação de Xangai de 2024Créditos: Reprodução/CRI
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Nesta semana, ocorre a Cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX) ou Pacto de Xangai, uma entidade internacional de segurança coletiva liderada pela China e pela Rússia.

Além de Pequim e Moscou, também fazem parte da organização o Cazaquistão, o Quirgistão, o Tajiquistão e o Uzbequistão. Em 2017, incorporou os rivais Índia e Paquistão. No ano passado, abraçou o Irã e, em 2024, Belarus ingressou na organização.

O principal foco da organização é cooperar contra uma chaga que todos os países supracitados enfrentam: o terrorismo, usualmente oriundo de grupos islâmicos sunitas como o Estado Islâmico.

Recentemente, Paquistão, Irã e principalmente a Rússia tem sofrido com ataques de grupos religiosos radicais terroristas. A China teve problemas do tipo durante muitos anos na região de Xinjiang. A Índia também sofre com a questão.

A atual preocupação da cúpula da OCX é o fortalecimento da paz na região e a colaboração para estabilização do Afeganistão, que foi o centro nervoso do terrorismo na Ásia por anos. O governo do Talibã controla o país desde 2021.

O presidente da China Xi Jinping celebrou a colaboração da Cúpula e fez um discurso nesta quinta-feira (4), celebrando os "novos progressos" feitos pelo governo cazaque.

"Devemos defender conjuntamente um mundo multipolar igualitário e ordenado e uma globalização econômica universalmente benéfica e inclusiva, praticar o verdadeiro multilateralismo e tornar a governança global mais justa e equitativa. A OCX deve fazer sua importante contribuição para eliminar os déficits em paz, desenvolvimento, segurança e governança", disse o presidente chinês na abertura do evento.

Uma anti-OTAN?

Muitos entendem o Pacto de Xangai como um passo para a formação de um novo pacto militar anti-ocidental, uma espécie de OTAN do Oriente.

Esta análise desconsidera completamente que os países do bloco não possum um entendimento sobre segurança coletivo e possuem questões graves com outros membros.

China e Índia possuem problemas militares entre si, com território no Himalaia sendo disputado por ambas. Uzbequistão e Quirgistão já quase entraram em conflito direto por conta de suas confusas fronteiras. Índia e Paquistão, então, são inimigos mortais e vivem em guerra desde a separação de 1947...

Tropas paquistanesas nunca lutariam contra um inimigo da Índia e os indianos não defenderiam os chineses em um ataque contra Taiwan.

A probabilidade é que a organização reforce seus laços simplesmente para combater o terrorismo sem a necessidade da interveniência ou supervisão estadunidense.

Parte deste esforço se dá no campo da inteligência, com compartilhamento de tecnologia para melhoria do monitoramento do terrorismo, e, por outro lado, trocas culturais e de educação, que fortalecem os laços entre os povos.