- No mês passado, William Burns, diretor da CIA, revelou que a agência vem trabalhando ativamente para reconstruir suas redes de espionagem na China e "tem obtido algum progresso" nesse sentido.
- Os Estados Unidos há muito tempo ganharam sua reputação como um império de hackers, com inúmeras instâncias de espionagem em outros países.
Vários oficiais dos EUA e empresas de cibersegurança têm disseminado informações falsas alegando que "hackers chineses" infiltraram-se nas redes de computadores de departamentos do governo dos EUA e acessaram as contas de email de funcionários.
Essa nova onda de tentativas de vilanizar a China e criar controvérsia é um forte lembrete da questionável história da América nesse campo.
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Verdadeiros agressores
No mês passado, William Burns, diretor da Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos, revelou que a agência tem trabalhado ativamente para reconstruir suas redes de espionagem na China e que "tem feito algum progresso" nesse sentido.
Que irônico. Enquanto os Estados Unidos criticam a China por ciberataques, eles demonstram falta de responsabilidade ao não esconder seu envolvimento em atividades de espionagem dentro da China. Isso expõe os duplos padrões que Washington tem adotado há anos.
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"Os estadunidenses espalham repetidamente informações falsas sobre supostos ataques cibernéticos e espionagem chinesa, ao mesmo tempo em que admitem abertamente que estão realizando atividades de inteligência em grande escala contra a China. Este fato fala por si só", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning.
Já o porta-voz Wang Wenbin, também do Ministério das Relações Exteriores da China, em outra coletiva de imprensa em resposta a uma pergunta sobre relatórios dos EUA sobre hacks de rede, afirmou que os EUA precisam parar de rotular a China falsamente.
"Compartilhamos fatos relevantes com a comunidade internacional em várias ocasiões. A China é a maior vítima de ciberataques", acrescentou Wang.
Ataques contra a China
Em 2022, a Universidade Politécnica do Noroeste da China foi vítima de um ciberataque do exterior. Com base na análise e rastreamento feitos pela equipe conjunta do Centro Nacional de Resposta de Emergência a Vírus de Computador da China (CVERC, da sigla em inglês) e da 360 Total Security, todas as pistas apontam para o Escritório de Operações de Acesso Sob Medida (TAO, da sigla em inglês), uma unidade de coleta de inteligência de guerra cibernética afiliada à Agência Nacional de Segurança (NSA, da sigla em inglˆrds) dos EUA, como o perpetrador.
O relatório da investigação mostrou que os Estados Unidos usaram 41 armas cibernéticas especializadas para realizar mais de 1.000 operações de roubo cibernético contra a universidade e roubaram dados técnicos essenciais.
A China tem sido um dos principais alvos de ciberataques dos EUA, e as ações mencionadas acima são apenas a ponta do iceberg.
De acordo com um relatório divulgado em 2021 pelo CVERC, mais de 42 milhões de ataques de malware foram detectados na China em 2020, e o número de ataques de malware dos Estados Unidos representou 53,1% de todos os ataques estrangeiros.
Mão no pote de biscoitos
Os Estados Unidos há muito ganharam fama como um império de hackers, com inúmeras instâncias de espionagem em outros países.
Em 2013, Edward Snowden, ex-contratado da CIA, vazou à imprensa uma vasta quantidade de documentos secretos e revelou detalhes da extensa vigilância da internet e telefônica pela comunidade de inteligência estadunidense.
Conforme o escândalo se ampliou, várias agências de mídia revelaram que a NSA teve acesso direto aos servidores de empresas de internet para rastrear comunicações online em um programa de vigilância conhecido como Prism.
De acordo com um relatório publicado em 2014 pela revista alemã Der Spiegel, a NSA espionou até 122 chefes de estado estrangeiros em 2009, listando-os em ordem alfabética pelos seus primeiros nomes.
Em seu livro "Sem Lugar para se Esconder", o jornalista Glenn Greenwald expôs que uma única unidade da NSA coletou mais de 97 bilhões de e-mails e 124 bilhões de chamadas telefônicas de todo o mundo em apenas 30 dias em 2013.
Com o tempo, a situação permaneceu inalterada. Em 7 de março de 2017, o Wikileaks divulgou 8.716 documentos secretos do centro de inteligência cibernética da CIA, que mostravam os padrões de ataque das equipes de operações de rede da agência, codinomes de operações e detalhes técnicos de ferramentas de hackers.
Ciberataques globais
Este ano marca o 10º aniversário das revelações de Snowden. Apesar do impacto significativo daquele escândalo, não é surpresa que a espionagem dos EUA tenha persistido ao longo dos anos, e é o Pentágono que está sob os holofotes desta vez.
Em abril, um conjunto de documentos altamente classificados do departamento foi vazado online em uma aparente violação de segurança que continha extensos dados ultrassecretos relacionados a países aliados dos Estados Unidos, incluindo Ucrânia, Coreia do Sul e Israel.
A exposição de tais atividades tem se tornado cada vez mais comum nos últimos anos, e os últimos vazamentos de documentos reafirmam os esforços generalizados de espionagem de Washington em aliados e inimigos.
"A espionagem é um hábito profundamente arraigado na história dos EUA", disse um artigo publicado pela revista Time, de Nova York.
Em 4 de maio, foi lançado um relatório intitulado "Império de Hacking': A Agência Central de Inteligência dos EUA", que lança luz sobre o uso de hacking por Washington para fortalecer sua espionagem e ciberataques globais. O relatório divulgou armas usadas pela CIA para ciberataques e detalhes de casos específicos de segurança cibernética na China e em outros países.
O rápido desenvolvimento da internet neste século tem apresentado novas oportunidades para a CIA conduzir suas atividades de infiltração, subversão e tumulto, disse o relatório emitido conjuntamente pelo CVERC e pela empresa 360.
A CIA esteve envolvida na derrubada ou tentativa de derrubada de mais de 50 governos legais de outros países. No entanto, ela admitiu seu envolvimento apenas em sete, de acordo com o relatório.
"Nós mentimos, nós trapaceamos, nós roubamos", confessou o ex-secretário de Estado e diretor da CIA Mike Pompeo, no Texas, em 2019, provavelmente a frase mais honesta de sua carreira.
Já é hora dos EUA serem responsabilizados por suas ações.
Com informações da Xinhua