- Novas regras elaboradas pela Comissão Municipal de Saúde de Pequim proibiriam estritamente o uso de IA para gerar automaticamente prescrições médicas
- A regulamentação proposta abrange 41 regras que abrangem várias atividades de saúde online
O governo municipal de Pequim está prestes a restringir o uso de inteligência artificial (IA) no setor de saúde, à medida que as autoridades na capital chinesa implementam novas regulamentações abrangendo a tecnologia, em meio ao crescente interesse em serviços semelhantes ao ChatGPT.
Novas regras elaboradas pela Comissão Municipal de Saúde de Pequim tornariam "estritamente proibido" o uso de IA para gerar automaticamente prescrições médicas, de acordo com um relatório publicado nesta segunda-feira (21) pelo Beijing Daily, o jornal oficial do comitê municipal do Partido Comunista Chinês (PCCh) na capital do país. A comissão está solicitando feedback público sobre a regulamentação proposta até meados de setembro.
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A regulamentação, que abrange 41 regras e várias atividades de saúde online, também estipulou que profissionais médicos neste setor devem ter qualificações profissionais, aprovação de instituições médicas reconhecidas e mais de três anos de experiência clínica.
A regulamentação, cuja aprovação marcaria a primeira vez que um governo local limita explicitamente o uso de IA generativa na área de saúde após as autoridades centrais anunciarem tais restrições em 2022, afirma:
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O software de inteligência artificial não deve substituir os médicos para fornecer serviços de diagnóstico e tratamento.
IA generativa refere-se a algoritmos, como aqueles por trás do ChatGPT e serviços semelhantes, que podem ser usados para criar novo conteúdo, incluindo áudio, código, imagens, texto, simulações e vídeos.
Regulamentação de uso de IA na China
A mais recente iniciativa do governo municipal de Pequim reflete as amplas interrupções trazidas pela tecnologia de IA generativa para ocupações e indústrias tradicionais na China.
Embora a mídia estatal chinesa tenha promovido o desenvolvimento da IA generativa por seu potencial para impulsionar o crescimento econômico e se tornar uma ferramenta diária útil, as autoridades governamentais têm mantido cautela sobre seus riscos e afirmado a regulamentação.
Novas regulamentações nacionais sobre IA generativa, elaboradas conjuntamente por sete reguladores chineses, liderados pela Administração Cibernética da China, entraram em vigor em 15 de agosto.
Sob essas regulamentações, os fornecedores de modelos de linguagem de IA (LLMs) e chatbots devem "aderir aos valores socialistas fundamentais" e não gerar conteúdo que "incite a subversão do poder estatal e a derrubada do sistema socialista, coloque em perigo a segurança e os interesses nacionais, prejudique a imagem do país, incite a secessão do país, mina a unidade nacional e a estabilidade social, promova o terrorismo, extremismo, ódio nacional e discriminação étnica, violência, obscenidade e pornografia".
Em julho, o governo chinês também criou um novo órgão governamental que será responsável por implementar um padrão nacional para LLMs, que representam a tecnologia usada para treinar chatbots de IA como o ChatGPT.
Supervisão de saúde online
Enquanto isso, a comissão de saúde de Pequim estabelecerá uma "plataforma de supervisão de diagnóstico e tratamento online" para supervisionar as instituições médicas envolvidas em atividades de saúde online, de acordo com a regulamentação proposta da cidade.
Além disso, a comissão incentivará o uso de IA, big data e outras tecnologias emergentes na "realização de análises e regulamentação" das atividades de saúde online.
Embora a China ainda não tenha permitido o lançamento doméstico de serviços semelhantes ao ChatGPT no mercado de consumo, as empresas envolvidas em projetos de IA generativa têm se concentrado na aplicação de modelos de linguagem de IA específicos para a indústria, incluindo na área de saúde.
Pequim já abriga metade dos modelos de linguagem de IA desenvolvidos na China e hospeda mais de um terço das principais empresas de IA do país.
Tencent Holdings, Baidu, Huawei Technologies, JD.com e Alibaba Group Holding lançaram suas respectivas aplicações de modelos de linguagem de IA para adoção mais ampla em diversos negócios.
O mercado de saúde online da China deverá valer US$ 311,5 bilhões até 2026, de acordo com um relatório da ResearchAndMarkets.com, impulsionado por fatores como o envelhecimento da população do país e a expansão da penetração da internet.
Com informações do SCMP