As recentes medidas de controle de exportação da China sobre o gálio podem afetar a indústria de defesa dos Estados Unidos, pois esse material é amplamente utilizado em sistemas avançados de radar instalados em aviões de guerra, navios de guerra e instalações terrestres e na fabricação de semicondutores. O país asiático é o principal produtor e fornecedor mundial.
A partir de 1º de agosto, a China imporá controles de exportação sobre o gálio e germânio, além de diversos compostos químicos envolvendo esses dois materiais, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério do Comércio e Administração Geral de Alfândegas da China na segunda-feira (3).
Itens que atendam a certas características não serão exportados sem aprovação. A medida tem como objetivo salvaguardar a segurança e os interesses nacionais, afirmou o comunicado.Analistas militares chineses disseram que os controles de exportação, especialmente os sobre o gálio, podem afetar a indústria de defesa dos EUA em um momento em que os EUA estão tentando conter militarmente o desenvolvimento da China.
Insumo para novas tecnologias
O arseneto de gálio (GaAs) e o nitreto de gálio (GaN) são os materiais mais básicos na fabricação dos módulos de transmissão e recepção em radares de matriz de varredura eletrônica ativa (AESA), amplamente utilizados em aviões de guerra modernos, navios de guerra e instalações terrestres, explicou Fu Qianshao, um especialista chinês em aviação militar, ao Global Times.
Por exemplo, empresas de defesa dos EUA, como Raytheon e Northrop Grumman, estão supostamente introduzindo novos sistemas de radar AESA baseados em GaN, que proporcionam desempenho superior aos anteriormente usados de GaAs. Os radares mais recentes para o caça baseado em porta-aviões F/A-18E/F e o caça furtivo F-35 também incorporam GaN.
Liderança da China
A China é responsável por cerca de 85% das reservas globais de gálio, o que significa que é improvável que os Estados Unidos e outros países ocidentais consigam evitar o uso dos materiais chineses sem um custo significativo, afirmou Fu.
Os Estados Unidos frequentemente posicionam seus aviões de guerra e navios de guerra nas proximidades da China para reconhecimento próximo, trânsitos provocativos e exercícios, além de continuar com as vendas de armas para a ilha de Taiwan, que são tentativas óbvias de conter o desenvolvimento da China e prejudicar sua segurança nacional e interesses, apontam especialistas.
Com informações do Global Times