A New China Research (NRC), o think tank da Agência de Notícias Xinhua, lançou neste domingo (2) um relatório sobre o conceito de integração do Partido Comunista da China (PCCh) que combina os princípios básicos do marxismo com a fina cultura tradicional chinesa, conhecido como "Segunda Integração".
O relatório, com cerca de 30 mil caracteres chineses, com o título "A 'Segunda Integração' que Transforma a China - Inovação Teórica e Prática na Construção da Civilização Moderna da Nação Chinesa".
O documento analisa a conotação e a importância global da "Segunda Integração" e afirma que a integração abre uma nova fronteira na adaptação do marxismo ao contexto chinês e às necessidades da época.
A "Segunda Integração" serve como chave para desvendar a compreensão da China na nova era, oferecendo insights sobre a modernização chinesa e um novo modelo de progresso humano, além de proporcionar uma valiosa perspectiva para observar a relação entre a China e o mundo, pontua o texto.
Conceito de Xi Jinping
O conceito foi introduzido pelo presidente Xi Jinping em seu discurso em comemoração ao centenário do PCCh em 1º de julho de 2021. Ele se baseia na síntese teórica da "Primeira Integração" do PCCh - que combina os princípios básicos do marxismo com as realidades específicas da China - que foi resumida na década de 1940 e tem orientado com sucesso a China.
O relatório ajuda a explicar ao mundo por que a China possui uma governança e vitalidade tão fortes e por que é uma força crucial na manutenção da paz e do desenvolvimento mundiais, observa Zang Fengyu, diretor da Escola de Filosofia da Universidade Renmin da China.
Dois 'milagres'
Sob a liderança do PCCh, a China alcançou um rápido crescimento e estabilidade ao longo de mais de sete décadas - feitos amplamente conhecidos como "dois milagres". Compreender a China requer compreender o "solo cultural e civilizacional" no qual o PCCh está firmemente enraizado.
O texto descreve os "dois milagres" da China como verdadeiramente notáveis, apresentando "segurança, estabilidade, desenvolvimento e progresso" ao lado de 10 mil anos de cultura e mais de cinco mil anos de civilização que continuam florescendo até hoje.
"Sem a civilização chinesa de cinco mil anos, de onde viriam as características únicas da China? E sem as características únicas da China, onde estaria hoje o nosso caminho socialista de sucesso com características chinesas?", disse Xi durante uma visita em março de 2021 a um memorial dedicado a Zhu Xi, filósofo chinês do século XII.
Compreender a China hoje depende de compreender o PCCh, o que, por sua vez, requer compreender o "solo cultural e civilizacional" no qual o partido cresceu.
A síntese da "Segunda Integração" é descrita como um avanço significativo na teoria do PCCh e captura completamente a paisagem atual, está alinhada com os objetivos de rejuvenescimento nacional da China e simboliza líderes chineses orientando as pessoas a reconstruir perspectivas históricas, reinterpretar sua civilização e elucidar a governança do país.
Conotação
Integrar os princípios básicos do marxismo com a fina cultura tradicional chinesa enriquece o caminho socialista da China com a "linhagem e civilização" da nação chinesa. Essa integração combina as crenças comunistas e socialistas com os ideais milenares do povo chinês - Xiaokang (uma sociedade próspera), prosperidade comum e harmonia mundial.
Ao aderir ao materialismo histórico, o PCCh criativamente incorpora o "núcleo razoável" da ideologia orientada para o povo da China, que abrange cinco mil anos de história. O resultado tem sido uma filosofia de desenvolvimento centrada nas pessoas, que eleva o pensamento orientado para o povo da antiga China a um novo nível.
A integração também envolve a combinação dos valores socialistas fundamentais com os valores tradicionais da nação chinesa, criando uma fonte de valores espirituais para a nação. A fina cultura tradicional chinesa sempre incorporou o espírito de buscar o caminho certo com retidão.
A integração também combina a visão de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade proposta por Xi com uma abordagem diplomática tradicional chinesa centrada na harmonia entre as nações.
Inspirações globais
O relatório ressalta que a "Segunda Integração" serve como a nova arte de governar da China na nova era, respondendo "Por que a China é a China" com base em sua história e cultura.
A cultura de uma nação define sua alma, e a confiança da China reside em seus mais de cinco mil anos de herança. A importância de posicionar de forma precisa a fina cultura tradicional chinesa, que nutriu os valores socialistas fundamentais e resistiu às influências culturais globais.
A nova teoria "vai além do centrismo ocidental e das noções ultrapassadas da China desde os tempos modernos, reconstruindo a consciência histórica do povo chinês em relação ao seu próprio país".
A "Segunda Integração" pode explicar efetivamente a realidade do sucesso da China hoje, permitindo ainda mais que o povo chinês compreenda a iniciativa histórica e a iniciativa espiritual.
"Através da teoria, os líderes chineses remodelaram a identidade cultural do país e o consenso público, fortalecendo assim a identidade nacional e a identidade política", diz o relatório.
A integração ajuda a China a reinterpretar sua civilização e promover intercâmbios civilizacionais. Também permite que os intercâmbios culturais transcendam o afastamento, a aprendizagem mútua transcenda os conflitos e a coexistência transcenda os sentimentos de superioridade.
Além disso, a tradição chinesa de buscar a harmonia com o mundo e a visão global do PCCh diferem da visão de mundo ocidental que trata o mundo como um objeto a ser conquistado.
"A China na nova era se aproxima do mundo com uma atitude de interconexão, interdependência, cooperação ganha-ganha e coexistência harmoniosa", aponta o documento.
Com informações da Xinhua