CHINA EM FOCO

Dilma Rousseff convidada para presidir braço financeiro dos Brics

Ex-presidenta do Brasil recebeu convite do governo brasileiro para liderar o Novo Banco de Desenvolvimento, sediado em Xangai, centro financeiro da China

Créditos: Diário do Povo - Dilma Rousseff, quando presidenta brasileira, com o presidente chinês, Xi Jinping, durante a 21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, em dezembro de 2015
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A ex-presidenta brasileira, Dilma Rousseff, é a aposta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para presidir o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o braço financeiro do Brics - bloco formado por Brasil, Rússia, Índia e África do Sul. 

O convite foi feito pelo ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad. De acordo com a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o atual presidente do NBD, Marcos Troyjo, já foi comunicado do desejo do governo Lula de que renuncie ao cargo, cujo mandato vai até 2025.

Troyjo foi indicado pelo governo de Jair Bolsonaro e sua permanência é considerada insustentável pelo governo Lula. Há várias críticas sobre a atuação dele frente ao Banco do Brics, entre as quais os ataques que fez ao atual chefe do Executivo brasileiro.

Outra questão que tem gerado descontentamento do governo brasileiro é a de que, apesar de a sede da instituição ficar em Xangai, centro financeiro da China, Troyjo havia retornado e passado a maior parte do ano passado no Brasil — supostamente trabalhando longe da cidade chinesa e abandonado, na prática, o ambiente de trabalho. 

Caso Dilma aceite a missão, a expectativa é a de que a ex-presidenta integre a comitiva presidencial de Lula que vai visitar Pequim em março, em data ainda não anunciada. 

Banco dos Brics

O Acordo sobre o NBD foi assinado durante VI Cúpula dos Brics, realizada em julho de 2014, na cidade brasileira de Fortaleza (CE), com entrada em vigor durante VII Cúpula dos Brics, em julho de 2015, na cidade russa Ufa.

Em fevereiro de 2016 o NBD assinou acordo com a China para o estabelecimento da sede do banco em Xangai, quando também foi anunciada a abertura de um escritório regional do banco em Johanesburgo, na África do Sul.

Entre os objetivos do NDB estão mobilizar recursos para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países do Brics e em outros países em desenvolvimento, em complementação aos esforços existentes de instituições financeiras multilaterais e regionais para o crescimento global e o desenvolvimento. 

Um dos principais diferenciais do NBD é a agilidade na concessão de empréstimos em relação aos demais bancos multilaterais de desenvolvimento.

China adverte EUA que pare com espionagem

Diário do Povo - Mao Ning, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China

O Ministério das Relações Exteriores da China alertou nesta quinta-feira (9) os EUA para parar de espionar o país e de enviar veículos nas proximidades do território chinês. O recado foi dado pela porta-voz da pasta, Mao Ning, durante uma coletiva de imprensa.

Ela respondeu a relatos de que um veículo não tripulado dos EUA para coletar informações subaquáticas foi encontrado na Namíbia, país do sudoeste da África. A suspeita era de que tratava-se de um navio espião.

Outro fato comentado por Mao era de que os dados mais recentes divulgados por um think tank chinês mostram que os militares dos EUA realizaram 64 voos de espionagem sobre o Mar da China Meridional apenas em janeiro deste ano.

A porta-voz afirmou que a maioria das atividades de vigilância e espionagem em todo o mundo foram conduzidas pelos EUA e há muito tempo coletam informações em outros países.

Ela observou que o lado dos EUA frequentemente envia navios e aeronaves para realizar reconhecimento de perto na China, o que põe seriamente em risco a segurança nacional da potência asiática e prejudica a paz e a estabilidade regionais.

A China expressou repetidamente séria preocupação de que o lado dos EUA pare imediatamente com esse comportamento provocativo, enfatizou Mao. 

A declaração da porta-voz ocorreu em meio aos desdobramentos do episódio do balão da discórdia - aparato chinês abatido por forças militares estadunidenses. Ela reiterou que a entrada não intencional do dirigível civil chinês no espaço aéreo dos EUA foi causada por força maior. Também refutou a alegação de Washington de que era um balão espião e avaliou que o incidente integra a "guerra de informação" e opinião pública dos EUA contra a China.

China insta empresas estatais a expandir investimento efetivo

Xinhua - Canteiro de obras de um projeto de incubadora da indústria aeroespacial na Nova Área de Gui'an, província de Guizhou, no sudoeste da China. (1º/2/23)

As estatais centrais da China devem se concentrar em áreas críticas, como grandes projetos nacionais, infraestrutura e fortalecimento e complementação de cadeias industriais. A orientação foi feita pela Comissão de Supervisão e Administração de Ativos Estatais do Conselho de Estado chinês, principal regulador de ativos estatais do país, por meio de uma circular.

De acordo com a medida anunciada, as chamadas empresas estatais (SOEs) administradas centralmente da China devem expandir o investimento efetivo e melhorar os layouts de investimento em 2023. 

Além disso, a circular recomendou a promoção do investimento das SOEs centrais no cultivo de indústrias emergentes estratégicas e na atualização dos setores tradicionais, ao mesmo tempo em que fortalece a segurança energética e de recursos e promove um ciclo virtuoso entre ciência e tecnologia, indústrias e finanças.

O documento também enfatizou a necessidade de as SOEs centrais aumentarem o gerenciamento e o controle de riscos em áreas críticas ao fazer investimentos e aderir aos resultados financeiros contra riscos significativos. Uma combinação de políticas relevantes está em andamento, informou a comissão.

China não consegue fazer futebol decolar

CFP

A China tenta promover o futebol com programas nacionais semelhantes ao incentivo às modalidades olímpicas, mas o esporte não consegue decolar. Qual é o problema? O futebol tem chance de se desenvolver na China? 

Entre 2015 e 2017, o Ministério da Educação chinês investiu 648 milhões de yuans (US$ 96 milhões) em desenvolvimento, o que estimulou quase 20 bilhões de yuans (US$ 3 bilhões) em fundos especializados adicionais dos governos provinciais, municipais e distritais. Esses recursos foram aplicados, principalmente, em infraestrutura: nos oito anos de 2014 a 2022, o número de escolinhas especializadas em futebol multiplicou para 30 mil.

No entanto, escolas voltadas para o futebol em algumas regiões estavam usando seus novos campos de futebol como pistas de corrida e equipamentos de futebol como decoração, já que não tinham treinador.

Uma pesquisa de 2015 mostrou que 91% dos diretores escolares e 68% dos professores de educação física acreditavam que a falta de professores profissionais de educação física era o principal fator que atrasava o desenvolvimento do futebol no campus.

Há uma grande lacuna entre a educação e o futebol como mais do que um passatempo na sociedade chinesa. Normas sociais que valorizam o ensino superior em detrimento da carreira no futebol mantêm o esporte desconectado do sistema profissional do país.

A China tentou replicar o modelo nacional com o qual conseguiu dominar as Olimpíadas de Pequim em 2008. Mas essa abordagem parece não funcionar tão bem com o desenvolvimento do futebol, que requer um modelo que cultive mais interesse entre os jogadores jovens.

A China tinha o objetivo de se classificar primeiro para uma Copa do Mundo, sediar o torneio depois e vencê-lo até 2050, mas a falência de alguns grupos empresariais, como o Evergrande, que havia feito investimentos multimilionários na liga profissional, interrompeu o processo.

No entanto, na China existem milhões de torcedores de ligas europeias ou times como Argentina e Brasil. Talvez um ambiente menos competitivo, mais voltado para o entusiasmo das crianças e dos torcedores, ajude a finalmente desenvolver o futebol no gigante asiático.

Depois que a Seleção Feminina Chinesa venceu a Copa Asiática de Futebol em 2022 e se classificou para a Copa de 2023, o esporte está tendo algum sucesso e pode ser uma oportunidade para ampliar o apoio e incentivar a participação feminina.

Com informações da CGTN, Xinhua e Dongsheng News