Esta semana houve uma escalada de tensões nas relações China e Estados Unidos sobre a questão de Taiwan. Um grupo de parlamentares republicanos quer que Washington reconheça diplomaticamente o território insular e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, deve visitar a ilha este ano. Em resposta às provocações, a China, na avaliação de especialistas chineses, fortalecerá a determinação de resolver o tema de uma vez por todas.
Na quarta-feira (25), 18 republicanos da Câmara no Congresso dos EUA apresentaram uma resolução que pede a Washington que "reconheça diplomaticamente" Taiwan. O texto afirma que a política de Uma Só China é "antiquada" e insta os departamentos dos EUA a trabalhar para reconhecer o status da ilha em organizações internacionais.
Um dos parlamentares que assina a resolução é Michelle Steel, da Califórnia, que foi recentemente nomeada para o novo Comitê de Competição Estratégica da Câmara entre os EUA e o Partido Comunista da China (PCCh).
Em outra provocação, McCarthy deve visitar a ilha de Taiwan ainda este ano, provavelmente na primavera. De acordo com o Punchbowl News, um diário de notícias políticas com sede em Washington, o Pentágono está se preparando para a viagem em relação à logística de segurança.
Resposta da China
Na avaliação do especialista em estudos dos EUA e pesquisador da Academia Chinesa de Ciências Sociais em Pequim, Lü Xiang, se McCarthy fizer a visita, o que é muito provável, a resposta da China contra os EUA seria de maior intensidade do que depois da casa visita provocativa de Nancy Pelosi à ilha de Taiwan em agosto de 2022.
Além de Pequim anunciar sanções contra Pelosi e família imediata, o Exército de Libertação do Povo Chinês (ELP) realizou exercícios no Estreito de Taiwan, de escala e duração sem precedentes, formando um bloqueio à ilha.
"A China traçou uma linha vermelha bem definida, mas se os EUA considerarem que não está clara o suficiente e continuarem testando a linha, não nos importamos em reforçá-la", pontuou Lü.
Para o especialista militar chinês Song Zhongping, os exercícios de agosto de 2022 demonstraram as capacidades do ELP de obter a superioridade aérea e o controle do mar, e uma escalada de resposta poderia ser um envolvimento em maior escala das forças navais e aéreas das forças armadas chinesas ou mais cursos de treinamento, como operações de pouso anfíbio.
"Os EUA continuam esvaziando seu compromisso político ao aprovar projetos de lei, vender armas e fazer visitas provocativas à ilha de Taiwan. Suas provocações continuam se acumulando em quantidade, o que levará a uma mudança qualitativa - a China precisa resolver a questão de Taiwan de uma vez por todas", afirmou Song ao Global Times nesta sexta-feira (27).
Bill Gates diz que 'ascensão da China' é uma 'grande vitória para o mundo'
O co-fundador da Microsoft, Bill Gates, considera a ascensão da China uma "grande vitória para o mundo". Ele fez a declaração na quarta-feira (25) durante uma entrevista ao Lowy Institute, um think tank com sede na Austrália, conforme noticiou a Fox Business.
"Eu costumo ver a ascensão da China como uma grande vitória para o mundo", disse Gates. Ele acrescentou que a parcela do povo chinês na população global hoje corresponde à sua parcela na economia global.
Quando questionado sobre o quão "otimista" ele era em relação à China, ele disse que acha que "a mentalidade atual dos EUA para a China e que é recíproca é uma espécie de mentalidade de perde-perde".
Ele afirmou que é preciso que o mundo inteiro trabalhe junto pela economia global, pela descoberta de medicamentos contra o câncer e pela solução para a mudança climática.
Gates avaliou que os EUA estão politicamente em um estado fraco e que países como a China precisam desempenhar um papel maior na governança mundial. “O atual sistema mundial é projetado em torno da liderança dos EUA”, observou. Ele comentou ainda que à medida que outros países enriquecem, alguns países de renda média, como China e Índia, precisam desempenhar um papel mais forte na governança mundial.
Desenvolvimento deve ser prioridade na construção da paz da ONU, diz enviado chinês
O desenvolvimento deve ser uma prioridade na construção da paz da Organização das Nações Unidas (ONU), cuja importância está se tornando mais pronunciada nas atuais circunstâncias. A afirmação foi feita pelo representante permanente da China nas Nações Unidas, Zhang Jun, nesta quinta-feira (26).
Zhang disse que a construção da paz é uma parte importante dos esforços para alcançar uma paz duradoura e o desenvolvimento deve ser uma prioridade. A declaração foi feita durante um debate aberto do Conselho de Segurança sobre o investimento em pessoas para aumentar a resiliência contra desafios complexos.
"De fato, para muitos países em desenvolvimento, o desenvolvimento é a solução definitiva para seus inúmeros desafios. A falta de desenvolvimento é uma importante causa raiz de muitos problemas duradouros e não resolvidos na agenda do Conselho de Segurança", comentou.
"O desenvolvimento deve ser priorizado na construção da paz e os recursos devem ser mobilizados em favor da eliminação da pobreza, meios de subsistência das pessoas, educação e saúde pública, entre outros. Os países desenvolvidos devem honrar seus compromissos em relação à assistência oficial ao desenvolvimento e ao financiamento climático. As instituições financeiras internacionais devem cumprir suas devidas responsabilidades e estar profundamente envolvidas na construção da paz para formar sinergias."
Representante permanente da China na ONU, Zhang Jun
Cinco cidadãos chineses morreram em tiroteio na Califórnia
Cinco cidadãos chineses estão entre os mortos em um tiroteio em massa em Half Moon Bay, na Califórnia, Estados Unidos, ocorrido na segunda-feira (23). A informação foi divulgada pelo Consulado-Geral da China em São Francisco em comunicado nesta quinta-feira (26).
"Condenamos veementemente a violência armada e gostaríamos de expressar nossas profundas condolências às vítimas, aos feridos e às famílias das vítimas", disse o porta-voz do consulado.
O porta-voz informou ainda que foi feito contato com a maioria dos familiares das vítimas e que vai ser prestada assistência necessária. Além disso, o corpo diplomático chinês está em comunicação com os departamentos relevantes do governo dos EUA para acompanhar a investigação do caso.
O massacre na cidade costeira de Half Moon Bay é o segundo tiroteio em massa que a cidade sofre em apenas 48 horas. Um incidente anterior em um estúdio de dança em Monterey Park na noite de sábado deixou 11 mortos.
Ano Novo Chinês: viagens e compras superam expectativa e mostra resiliência da economia
O consumo da China registrou uma forte recuperação durante o Festival da Primavera de 2023, o Ano Novo Chinês. O feriado mais importante ocorreu depois que o país otimizou a resposta à Covid-19 em dezembro do ano passado.
Um total de 308 milhões de viagens domésticas foram feitas na China durante o feriado de uma semana, recuperando para 88,6% do nível observado no feriado do Festival da Primavera de 2019 antes da epidemia, de acordo com dados do Ministério da Cultura e Turismo divulgados nesta sexta-feira (27).
A receita do turismo doméstico gerada durante o feriado totalizou 375,8 bilhões de yuans (US$ 55,4 bilhões), ou 73,1% do nível durante o mesmo período de 2019, mostraram estatísticas do ministério.
Por exemplo, Sanya, uma cidade na província insular de Hainan, no sul da China, viu grupos de turistas voando de todo o país para aproveitar o sol e fazer compras duty-free. De acordo com dados do Departamento de Comércio da província, as vendas das 12 lojas francas offshore da província totalizaram 1,69 bilhão de yuans nos primeiros cinco dias do festival, um aumento de 20,03% em comparação com os primeiros cinco dias do Festival da Primavera de 2022, enquanto um aumento de 325% em comparação com o mesmo período do Festival da Primavera de 2019.
Além do turismo e do varejo, o mercado cinematográfico também se recupera durante o feriado de sete dias. A bilheteria do feriado ultrapassou 6,734 bilhões de yuans (cerca de US$ 1 bilhão) até sexta-feira, superando a receita de bilheteria de 5,8 bilhões de yuans obtida durante o Festival da Primavera de 2019, segundo o rastreador de bilheteria Dengta Data.
O relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2023 da ONU, lançado na quarta-feira (25), projetou que o crescimento da produção global desacelerará de uma estimativa de 3,0% em 2022 para 1,9% em 2023, marcando uma das taxas de crescimento mais baixas das últimas décadas. No entanto, prevê que o crescimento econômico da China acelerará para 4,8% este ano, graças ao ajuste da política Covid-19 no final de 2022 e à flexibilização das políticas monetária e fiscal.
Com informações da CGTN, Xinhua e Global Times