CHINA EM FOCO

Por que o posicionamento da Otan contra a China é irracional

Na visão de Pequim, o bloco militar deve cancelar os ataques contra o país, rever sua missão e buscar de forma coletiva por um futuro melhor e compartilhado

Créditos: Reprodução internet - Na visão da China, a Otan deve cancelar as acusações e provocações infundadas contra o país.
Créditos: CGTN - Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, declarou que o país asiático se opõe firmemente aos "comentários irresponsáveis" feitos pelo chefe da Nasa, Bill Nelson, sobre o programa espacial chinês.
Créditos: CFP - Técnicos trabalham no projeto de transmissão de energia da usina de Baihetan.
Créditos: Xinhua - Visitantes na mostra que celebra os 101 anos do Partido Comunista da China no Museu de Arte de Xinjiang em Urumqi, região autônoma de Xinjiang Uigur(1º/7/22)
Escrito en GLOBAL el

Na visão da China, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deve cancelar as acusações e provocações infundadas contra o país. O governo chinês considera os ataques do bloco militar insustentáveis e ideologicamente tendenciosos.

A reação indignada de Pequim ocorreu em resposta a um alerta dado pela Otan sobre as ambições do governo liderado pelo presidente Xi Jinping. O novo conceito estratégico do bloco foi divulgado pelos 30 países-membros na última quarta-feira (29) durante a cúpula da organização realizada em Madri (Espanha). 

De acordo com o novo posicionamento da aliança, pela primeira vez, as ambições e as políticas da China representam desafios a seus interesses, valores e segurança. O bloco também advertiu que a aproximação entre Pequim e Moscou contraria os interesses ocidentais.

Durante a cúpula, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, acusou a China de "reforçar substancialmente suas forças militares, incluindo seu arsenal nuclear, provocando seus vizinhos e ameaçando Taiwan".

No dia seguinte, quinta-feira (30), Pequim rebateu enfaticamente as declarações da aliança. "O chamado novo conceito estratégico ignora fatos, confunde e difama a política externa chinesa", reagiu o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian. "A China se opõe categoricamente. Gostaríamos de alertar a Otan que exagerar uma suposta ameaça chinesa é algo completamente inútil", completou.

O porta-voz disse ainda que a China não representa o "desafio sistêmico" imaginado pela Otan, e que as afirmações referentes ao seu "desenvolvimento militar normal" e sua política de defesa nacional são irresponsáveis. Ao contrário, acusou a Otan de ser um "desafio sistêmico à paz e estabilidade mundial", e que "suas mãos estão manchadas com o sangue de pessoas em todo o mundo".   

O país asiático defende que a Otan abandone a mentalidade ultrapassada de soma zero da Guerra Fria, renuncie à fé cega no poderio militar e junte-se ao resto do mundo em uma busca coletiva por um futuro melhor e compartilhado. 

A China acredita que o bloco militar deveria ter sido dissolvido após o fim da Guerra Fria e, agora, é preciso que redefina a missão nesta nova era. Em vez disso, optou por procurar um bicho-papão para justificar sua existência.

Não admira que a nova estratégia da Otan, liderada pelos EUA, seja direcionada à chamada “ameaça da China”. 

Os chineses sempre foram um povo amante da paz e aguerridos defensores da harmonia e da coexistência. Desde a fundação da República Popular da China, o país nunca iniciou uma guerra, nunca ocupou uma polegada de terra estrangeira, nunca se envolveu em guerras por procuração e nunca participou ou organizou qualquer bloco militar.

A China continua sendo o único país do mundo que consagrou um caminho de desenvolvimento pacífico em sua constituição.

Enquanto isso, a China tem contribuído para resolver problemas críticos e promover a paz global. Tornou-se o segundo maior contribuinte para o orçamento regular das Nações Unidas e as operações de manutenção da paz.

No início deste ano, a China propôs a Iniciativa de Segurança Global, oferecendo soluções para questões de segurança urgentes.

Além disso, o desenvolvimento da China apresenta uma oportunidade para o mundo, não um desafio. Na visão da China, o desenvolvimento é a chave para resolver muitos dos problemas assustadores do mundo. É por isso que impulsionou a construção conjunta do Cinturão e Rota e propôs a Iniciativa de Desenvolvimento Global para expandir o consenso global sobre a construção de um mundo melhor para todos.

De acordo com uma previsão do Banco Mundial, se todos os projetos de infraestrutura de transporte do Cinturão e Rota forem realizados, a iniciativa vai gerar 1,6 trilhão de dólares em receitas globais anualmente até 2030. Até 90% das receitas iriam para países parceiros.

O mundo não precisa temer a China. É a própria Otan que representa uma grave ameaça à paz e estabilidade globais. Do Afeganistão ao Iraque, da Líbia à Síria, as aventuras militares do bloco ceifaram inúmeras vidas e deslocaram milhões.

Ainda mais preocupante, os Estados Unidos, o líder de fato da aliança militar, tentaram expandir o bloco ultrapassado. As rodadas de expansão da Otan para o leste mergulharam a Europa em crise. 

Agora, os olhos do bloco se voltaram para a Ásia-Pacífico. "A Otan sempre foi usada pelos Estados Unidos como uma ferramenta para perpetuar sua hegemonia. Os EUA estão tentando pressionar a Europa a participar de suas próprias políticas, inclusive no leste da Ásia", alertou o professor da Universidade de Londres, Gilbert Achcar.

Como uma das regiões mais pacíficas e estáveis do mundo, a Ásia-Pacífico é uma terra promissora para cooperação e desenvolvimento. Qualquer tentativa de minar sua paz e estabilidade e sabotar a solidariedade e colaboração regional será rejeitada por unanimidade pelo povo da China e da região. A Otan deve saber que exaltar sua "ameaça da China" não levará a lugar nenhum.

Nesta era de interdependência global sem precedentes, é tolice buscar segurança para si mesmo às custas dos outros. Só se pode estar seguro quando todos estão seguros.

Xi Jinping: China pronta para promover desenvolvimento global mais robusto e verde

O presidente chinês, Xi Jinping, disse nesta segunda-feira (4) que a China está pronta para trabalhar com países de todo o mundo para promover um desenvolvimento global mais robusto, mais verde e mais saudável.

Xi fez as observações em uma carta de congratulações a um fórum sobre desenvolvimento global realizado em Pequim nesta segunda-feira. Ele afirmou que o mundo tem enfrentado mudanças drásticas e uma pandemia não vista há um século, e a recuperação econômica global é fraca e lenta.

"A lacuna de desenvolvimento entre o Norte e o Sul está aumentando, e o mundo entrou em um novo período de turbulência e mudanças", afirmou o presidente da China. Ele acrescentou que promover o desenvolvimento global se tornou um assunto importante enfrentado pela humanidade. Xi observou que, nesse contexto, a China propôs a Iniciativa para o Desenvolvimento Global.

"A China está pronta para fazer esforços conjuntos com países de todo o mundo para seguir uma abordagem centrada nas pessoas, permanecer comprometida com os benefícios para todos e priorizar o desenvolvimento na agenda internacional."
Presidente da República Popular da China, Xi Jinping

Xi enfatizou a prontidão da China para trabalhar com outros países na promoção do desenvolvimento impulsionado pela inovação e da harmonia entre o homem e a natureza, acelerando a implementação da Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável e buscando um desenvolvimento global mais robusto, mais verde e mais saudável.

A Iniciativa para o Desenvolvimento Global foi apresentada pelo presidente chinês em setembro do ano passado durante o debate geral da 76ª sessão da Assembleia Geral da ONU.

Pequim reage à declaração da Nasa de que a China poderia 'dominar' a lua

A China reagiu à acusação feita pelo chefe da Nasa de que o país poderia 'dominar a lua'. O chefe da agência aeroespacial dos EUA, Bill Nelson, declarou em entrevista concedida ao jornal alemão Bild no sábado (2) que "temos que estar muito preocupados com o pouso da China na lua e dizer: é nosso agora, e você fica de fora".

Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, declarou em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (4) que a China se opõe firmemente aos "comentários irresponsáveis" feitos por Nelson.

Zhao afirmou que "alguns funcionários dos EUA estão constantemente difamando os empreendimentos espaciais normais e razoáveis ??da China." Ele frisou que Nelson, como chefe da Nasa, deve estar bem ciente da história sombria do programa espacial dos EUA. 

O porta-voz chinês acrescentou que os Estados Unidos desempenharam um papel negativo na criação de lixo espacial, provocaram uma corrida armamentista em espaço exterior e minaram a estabilidade estratégica global. Zhao comentou que os Estados Unidos representam uma "grande ameaça" aos usos pacíficos do espaço sideral.

Zhao observou ainda que a exploração do espaço sideral pela China é para atender às legítimas necessidades econômicas, sociais, científicas, tecnológicas e de segurança do país. Ele sublinhou que o país sempre defende o uso pacífico do espaço sideral e se opõe ao armamento e à corrida armamentista no espaço sideral.

"O desenvolvimento da indústria espacial da China é alcançado inteiramente por meio da independência e autoconfiança e seus direitos, interesses e conquistas não permitem questionamentos ou difamações", finalizou Zhao.

Economia digital chinesa cresceu mais de quatro vezes na última década

A economia digital da China registrou uma rápida expansão na última década e passou de 11 trilhões de yuans (US$ 1,65 trilhão) em 2012 para mais de 45 trilhões de yuans em 2021. Nesse período, a proporção da economia digital no PIB chinês subiu de 21,6% para 39,8%.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (4) pelo Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação. De acordo com o órgão, o país acelerou a construção de infraestrutura digital e, até o final de maio, havia construído as maiores e tecnologicamente avançadas instalações de rede do mundo, cobrindo cidades em nível de prefeitura com redes de fibra óptica e com 1,7 milhão de estações base 5G.

O país também acelerou a integração de big data, computação em nuvem e inteligência artificial com setores como energia, assistência médica, transporte, educação e agricultura.

Em 2021, a produção de valor agregado dos principais fabricantes de informações eletrônicas aumentou 15,7% ano a ano, atingindo um recorde em uma década. Já as receitas de serviços de software e tecnologia da informação, além de  internet e serviços relacionados, também registraram crescimento de dois dígitos.

Segunda maior hidrelétrica do mundo completa primeira etapa

Parte da linha de transmissão da segunda maior usina hidrelétrica do mundo, a Baihetan, foi concluída no último sábado (2). Localizada no leste da China, a seção é a primeira parte do projeto que terá 113,95 quilômetros de extensão, com 234 novos postes de força, a ser terminado. 

A linha integra a iniciativa chinesa "Leste Alimentado pelo Oeste", que cobre uma extensão total de 2.140,2 quilômetros com uma capacidade de transmissão de 8 mil megawatts. 

A usina hidrelétrica de Baihetan transmite eletricidade do oeste rico em recursos para regiões carentes de energia no leste da China e marca um importante passo na utilização de energia limpa no país. Está localizada no rio Jinsha, a parte superior do rio Yangtze, que atravessa as províncias de Sichuan e Yunnan, no sudoeste do país.

A linha de transmissão começa com a usina hidrelétrica de Baihetan, uma usina hidrelétrica de 16 gigawatts (GW), a segunda maior usina do mundo depois da Barragem de Três Gargantas de 22,5 GW, também na China.

O principal projeto de construção da usina hidrelétrica de Baihetan começou em julho de 2017 e as duas primeiras unidades geradoras entraram em operação quatro anos depois.

Até o final de maio deste ano, a usina hidrelétrica de Beihetan havia produzido mais de 26.900 gigawatts-hora de eletricidade. A previsão é que o projeto seja concluído neste mês de julho. Em plena operação, a usina hidrelétrica gerará uma média de mais de 62.400 gigawatts-hora de eletricidade por ano, suficiente para o consumo anual de eletricidade de aproximadamente 75 milhões de pessoas.

Acadêmicos chineses e estrangeiros discutem desenvolvimento educacional em áreas de minorias étnicas da China

Acadêmicos chineses e estrangeiros discutiram o desenvolvimento da educação e a proteção dos direitos nas áreas de minorias étnicas da China. O debate foi realizado em formato híbrido - online e presencial - no sábado (2) durante um evento paralelo à  50ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

O vice-diretor do Escritório de Cooperação Internacional da Academia Chinesa de Ciências Sociais, Ye Hailin, observou que, à medida que o mundo enfrenta mudanças drásticas não vistas em um século e confrontos intensificados, a educação serve como uma ponte para promover a comunicação global e o entendimento mútuo, bem como uma base para a paz e o desenvolvimento globais.

O professor da Universidade de Pequim, Ma Rong, citou que a China adotou uma série de políticas e regulamentos para proteger efetivamente os direitos de todos os grupos étnicos de usar e desenvolver seus próprios idiomas falados e escritos. Ele comentou que em algumas áreas habitadas por minorias étnicas no país, as línguas minoritárias ainda são a língua materna da população local e o principal meio de comunicação na vida familiar e comunitária.

O pesquisador associado do Instituto de Etnologia e Antropologia da Academia Chinesas de Ciências Sociais, Yu Mingxiao, disse que as prefeituras autônomas tibetanas nas províncias de Sichuan, Qinghai, Yunnan e Gansu tiveram um rápido desenvolvimento e um nível de educação marcadamente melhorado, e a satisfação da população local com a educação aumentou.

Três eventos de desenvolvimento verde serão realizados nos próximos 2 meses na China

A Associação Chinesa de Ciência e Tecnologia realizará, entre julho e agosto, três eventos com foco em ciência e tecnologia como impulso para o desenvolvimento verde 

A Conferência Internacional de Inovação Científica e Tecnológica para o Desenvolvimento Verde de 2022 terá início na próxima quarta-feira, 6 de julho, em Yinchuan, Região Autônoma de Ningxia Hui, noroeste da China. 

A Conferência de Inovação de Baixo Carbono Verde da China 2022 será realizada dias 15 e 16 de agosto em Huzhou, província de Zhejiang, leste da China.

O 4º Congresso Mundial de Veículos de Nova Energia será realizado de 25 a 28 de agosto em Haikou, província de Hainan, sul da China. O tema será eletrificação e cooperação global dentro da visão de neutralidade de carbono. As principais empresas automobilísticas chinesas e estrangeiras participarão do evento.

Festival de artes anual para crianças tem início em Pequim

O festival anual de verão 'Gateway to Arts' (Porta para as Artes, em tradução livre), voltado para o público infantil, teve início neste domingo (3) com a apresentação da Orquestra Sinfônica de Pequim na sala de concerto da Cidade Proibida, na capital chinesa. Sob a regência do maestro Tan Lihua, três crianças trompetistas, Zhu De'en, Liang Tong e Liu Haoran, se apresentaram durante o show de abertura.

Desde 1995, o evento anual é realizado durante as férias de verão em Pequim e, ao longo dos anos, ganhou uma grande base de fãs. Com dois meses de duração, na edição deste ano o evento promoverá diversas apresentações artísticas. A programação inclui música clássica, óperas tradicionais chinesas, dança e shows de marionetes. Setenta e um shows serão encenados na Sala de Concertos da Cidade Proibida

Um dos destaques do festival deste ano serão 12 concertos realizados em dois dias, que vão oferecer ao público uma “maratona da música”. Música clássica ocidental e música tradicional chinesa serão encenadas para atender aos amantes da música de diferentes gostos.

O evento também oferece 10 mini acampamentos de verão centrados em diferentes formas de arte, como Ópera de Pequim, Ópera Kunqu, pipa, guzheng e percussão.

Museu de Arte de Xinjiang exibe mostra com obras de artistas locais

Está em exibição no Museu de Arte de Xinjiang, na capital da região, Urumqi, uma mostra que reúne 110 obras criadas por 80 pintores locais. Os trabalhos mostram as grandes realizações de diferentes grupos étnicos que vivem na região e celebram a cultura e os trabalhadores comuns da província. 

A exposição na Região Autônoma de Xinjiang Uigur, foi aberta na última sexta-feira (1º) e terá dois meses de duração. A exibição celebra o 101º aniversário da fundação do Partido Comunista da China (PCCh) e marca a realização do 20º Congresso Nacional do PCCh.