A situação do fundador do Wikileaks, Julian Assange, reflete a hipocrisia da chamada manutenção da liberdade de imprensa pelos Estados Unidos e Reino Unido. A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, nesta segunda-feira (20).
Wang comentou a decisão do governo do Reino Unido, que na última sexta-feira (17) aprovou a extradição de Assange para os Estados Unidos, onde ele pode enfrentar até 175 anos de prisão por acusações criminais.
“O Wikileaks divulgou um grande número de documentos sobre as guerras lançadas pelos EUA no Afeganistão e no Iraque e divulgou fatos sobre as operações de hackers cibernéticos da CIA”, comentou Wang. Ele observou que, por esse motivo, o governo estadunidense fez muitas acusações por mais de uma década para continuar a suprimir Assange e tentar prendê-lo.
Wang afirmou que o Reino Unido não poupou esforços em cooperar com os EUA na prisão e extradição de Assange e processou o caso em alta velocidade, o que mostra a fidelidade de Londres ao relacionamento especial com Washington.
Ele destacou ainda o fato de que os EUA e o Reino Unido trabalharam de mãos dadas para trazer repressão transnacional contra determinados indivíduos. "O caso de Assange é como um espelho, que reflete a hipocrisia dos EUA e do Reino Unido sobre a 'liberdade de imprensa'", disse Wang.
O porta-voz ressaltou que as pessoas são livres para expor outros países, mas sujeitas a punições severas se exporem os EUA, o Reino Unido e seus aliados. Quem expõe outros países é tratado como herói. Quem expõe os EUA, o Reino Unido e parceiros é tratado como criminoso. Em outros países, responsabilizar a mídia equivale a “perseguição política”, enquanto nos EUA e no Reino Unido, reprimir a mídia é “agir de acordo com a lei”.
Todos os olhos estão voltados para as condições de direitos humanos de Assange e o que pode acontecer com ele. Esperemos e acreditemos que, no final do dia, a justiça prevalecerá. A hegemonia e o abuso de poder certamente não durarão para sempre, concluiu o porta-voz.
China se opõe à implementação dos EUA da "Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado Uigur"
A China condena e se opõe firmemente à chamada "Lei de Prevenção ao Trabalho Forçado Uigur" formulada pelos Estados Unidos. A declaração foi feita pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, nesta terça-feira (21).
Wang disse que toda a questão do "trabalho forçado em Xinjiang" é uma grande mentira inventada por forças anti-China para difamar o país. A medida dos EUA é completamente contrária ao fato de que os direitos trabalhistas e os interesses de pessoas de todos os grupos étnicos na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, na China, sejam devidamente garantidos.
Com base nessa mentira, a "Lei de Prevenção do Trabalho Forçado Uigur" e as sanções estadunidenses a entidades e indivíduos relevantes em Xinjiang representam uma escalada da repressão dos EUA à China sob o pretexto de direitos humanos e provam que Washington solapa desenfreadamente a economia global e as regras comerciais e também a estabilidade da cadeia industrial internacional e da cadeia de suprimentos, pontuou Wang.
O porta-voz afirmou que o ato é uma indicação clara de que os Estados Unidos estão procurando gerar desemprego forçado em Xinjiang por meio de ações legais e fazer o mundo se desvincular da China. Ele expõe totalmente a natureza hegemônica dos Estados Unidos - um país que viola os direitos humanos e quebra as regras em nome de preservá-los.
A China agirá com força para defender os direitos e interesses legais de empresas e cidadãos chineses, finalizou Wang.
Parceria do Brics permanece forte em meio aos desafios globais
A 14ª cúpula do Brics, grupo de mercados emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, será realizada nesta quinta-feira (23) na capital chinesa, Pequim, e abordará o tema 'Promover parceria BRICS de alta qualidade, inaugurar uma nova era para o desenvolvimento global'.
Este ano, o Brics está sob a presidência chinesa e o presidente da China, Xi Jinping, abrirá o evento, que será realizado em formato virtual.
Ao longo dos 16 anos desde que foi criado, o Brics tornou-se uma estrutura abrangente e multinível, com cooperação prática realizada em dezenas de áreas, mantendo o espírito de abertura, inclusão e cooperação ganha-ganha.
À medida que o mundo enfrenta inúmeras incertezas, incluindo a pandemia da Covid-19 a expectativa é de que os cinco principais países em desenvolvimento contribuam para promover o desenvolvimento global.
Confira alguns avanços promovidos pelo Brics:
Desenvolvimento comum
Os países do Brics são uma importante força motriz para o crescimento econômico e comercial regional e global. Apesar do impacto prolongado da Covid-19, o volume total do comércio de bens dos países do Brics atingiu quase 8,55 trilhões de dólares em 2021, um aumento anual de 33,4%.
O comércio bilateral da China com outros países do Brics totalizou 490,42 bilhões de dólares, um aumento de 39,2% ano a ano e superior ao crescimento geral do comércio exterior chinês no mesmo período. Em todo o mundo, os países do bloco respondem por 18% do comércio de bens e 25% do investimento estrangeiro.
Durante a 12ª reunião de ministros de economia e comércio do Brics, realizada no início deste mês, os participantes se comprometeram a aprofundar a cooperação em áreas como economia digital, investimento comercial e desenvolvimento sustentável, cadeia de suprimentos e mecanismos multilaterais de comércio.
Para enfrentar os desafios de infraestrutura e desenvolvimento enfrentados pelas economias emergentes, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), com sede em Xangai, foi fundado pelos países do Brics e inaugurado formalmente em julho de 2015.
De projetos de energia renovável no Brasil a programas de modernização da rede ferroviária na Índia e novas rodovias pedagiadas na Rússia, o NDB aprovou mais de 80 projetos em países membros até maio de 2021, com um portfólio total de cerca de 30 bilhões de dólares.
De acordo com o banco, de 2022 a 2026, fornecerá 30 bilhões de dólares em apoio financeiro aos países membros, com 40% dos fundos a serem usados ??para mitigar o aquecimento global.
Funcionando como um novo e forte impulso para o desenvolvimento, o Centro de Inovação da Parceria do Brics na Nova Revolução Industrial (PartNIR) foi lançado em Xiamen, província de Fujian, leste da China, em dezembro de 2020, para fornecer uma base para os países do Brics fazerem uso da inovação tecnológica e da transformação digital.
No início de junho, o PartNIR assinou um memorando de entendimento com o NDB para facilitar a cooperação bilateral e promover o desenvolvimento comum dos países do Brics. O mecanismo tem o objetivo de promover a agenda de desenvolvimento sustentável, incluindo a entrega dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
A parceria vai facilitar a cooperação entre países do bloco em áreas como inteligência artificial, internet industrial, conservação de energia e proteção ambiental por meio de pesquisa conjunta, treinamento de pessoal e compartilhamento de informações sobre infraestrutura e programas sustentáveis.
Desafios de saúde
Desde o início da pandemia de Covid-19, os países do Brics se apoiaram com suprimentos médicos e realizaram ampla cooperação na prevenção e controle de infecções, protocolos de diagnóstico e tratamento e pesquisa e desenvolvimento de vacinas e medicamentos.
Em março deste ano, o Instituto Butantan do Brasil inaugurou em São Paulo (SP), o Centro de Produção Multipropósito de Vacinas para a produção da vacina desenvolvida pela China, a CoronaVac, a partir de 2023.
Em março também foi realizada a cerimônia de lançamento do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas do Brics em formato online. Os cinco países do bloco propuseram conjuntamente uma iniciativa para fortalecer a cooperação em vacinas para garantir a acessibilidade das vacinas nos países em desenvolvimento por meio de distribuição equitativa como bens públicos globais.
A iniciativa também visa aumentar a capacidade dos países do Brics de controlar doenças infecciosas e responder a eventos de saúde pública. Dá especial ênfase à abertura e convida mais parceiros a aderir.
Durante a 12ª reunião dos ministros da saúde do Brics, realizada em formato online em maio, foi definido o lançamento de um sistema de alerta precoce para surtos de pandemia em larga escala. Os participantes debateram diversos tópicos, como prevenção e controle da pandemia da Covid-19, desenvolvimento de novos sistemas de saúde e saúde digital.
Cooperação Sul-Sul
A conquista da cooperação do Brics além de melhorar a opinião dos mercados emergentes e países em desenvolvimento no mundo, também tornou o bloco uma importante plataforma para promover a cooperação Sul-Sul.
Em 2017, a China propôs o modelo de cooperação "Brics Plus" para fortalecer a unidade e coordenação entre os membros do bloco para maior coesão e, ao mesmo tempo, continuar ampliando o "círculo de amigos" do grupo em uma busca conjunta de desenvolvimento e prosperidade para todos os mercados emergentes e países em desenvolvimento.
Durante um diálogo entre ministros das Relações Exteriores entre Brics e mercados emergentes e países em desenvolvimento em maio deste ano, os participantes apoiaram e concordaram com o modelo de cooperação "Brics Plus". Os representantes dos países do bloco expressaram a vontade de melhorar a comunicação estratégica e a coordenação entre os países do bloco e os mercados emergentes e promover o desenvolvimento de um sistema de governança global mais justo e equitativo, mais inclusivo e democrático.
Mais alta legislatura da China inicia sessão de comitê permanente
O Comitê Permanente da 13ª Assembleia Popular Nacional (APN), a principal legislatura da China, iniciou a 35ª sessão nesta terça-feira (21) para revisar leis e projetos de lei.
Na pauta do legislativo chinês está a revisão de um projeto de revisão da Lei de Cultura Física e Esportes, além de projetos de lei relacionados à conservação do solo negro, de alteração da Lei Antimonopólio e de alteração das regras processuais do Comitê Permanente da APN.
Os legisladores chineses também vão revisar, entre outros, projetos de lei sobre fraude de telecomunicações e online, de revisão da Lei de Qualidade e Segurança de Produtos Agrícolas, de proteção do Rio Amarelo e de execução civil.
Também está na pauta do congresso da China a deliberação sobre um relatório do Conselho de Estado chinês sobre o trabalho para melhorar a saúde das crianças.
De acordo com o documento, a China redobrou os esforços para prevenir e gerenciar a questão da miopia entre crianças e adolescentes. Entre as medidas adotadas está o lançamento de um plano abrangente de implementação, monitoramento regular e projetos-piloto técnicos para prevenção e controle da miopia.
Em 2020, a cobertura de exames de optometria para crianças menores de seis anos atingiu 91,8% e a taxa de miopia entre crianças e adolescentes diminuiu para 52,7%, uma queda de 0,9 pontos percentuais em relação a 2018.
Além disso, o relatório também mostra o aumento dos esforços do país no combate à obesidade entre os jovens, como a realização de orientações científicas, campanhas publicitárias, avaliação e monitoramento e projetos de intervenção nutricional.
China empenhada em aumentar o emprego para recém-formados
O Ministério de Recursos Humanos e Previdência Social chinês lançou no dia 16 de maio uma plataforma nacional de recrutamento online que ficará no ar até 25 de agosto. O canal vai promover mais de 10 milhões de vagas, dar aulas de treinamento ocupacional e oferecer aconselhamento de emprego. O lançamento ocorre em um ano em que um recorde de 10,76 milhões de graduados saem das faculdades.
Em 5 de junho, cerca de 340 mil empregadores haviam postado 9,77 milhões de vagas na plataforma, o que também facilitou muitos eventos locais. Cerca de 2.255 universidades fizeram contato com cerca de 77 mil empregadores até a última sexta-feira (17) e adicionaram 1,41 milhão de empregos e 566 mil vagas de estágio.
A taxa de desemprego urbano pesquisado na China ficou em 5,9% em maio, mostraram dados oficiais. A taxa entre aqueles com idade entre 16 e 24 anos foi de 18,4%. O país pretende criar mais de 11 milhões de novos empregos urbanos e manter uma taxa de desemprego urbano pesquisada de não mais de 5,5% em 2022.
Os graduados universitários são considerados um alvo-chave da política de emprego chinesa. A China lançou uma série de campanhas pró-emprego para promover entrevistas de emprego on-line, incentivar empresas a aumentar o quadro de funcionários e abrir as portas das grandes cidades para graduados universitários.
Na frente de contratação, as empresas em todo o país são incentivadas a expandir seu quadro de funcionários. A província de Jiangxi, no leste da China, por exemplo, subsidia os empregadores em 1.500 yuans (cerca de US$ 223,5) para cada novo funcionário contratado. Na Região Autônoma Uigur de Xinjiang, noroeste da China, 222.800 funcionários trouxeram subsídios de emprego de 509 milhões de yuans para seus empregadores até o final de maio.
Os governos locais também têm participado de empreendimentos comerciais de graduados universitários, com Jiangxi distribuindo uma quantia entre 5 mil e 10 mil yuans para cada jovem empresário que administra negócios de propriedade individual registrados por mais de seis meses.
Cidades chinesas como Xangai e Shenzhen agiram rapidamente para atrair talentos, especialmente recém-formados de universidades nacionais e estrangeiras. As medidas incluem a eliminação de requisitos de registro residencial, isenções de aluguel e até subsídios para iniciar negócios e comprar casas.