A China e o Irã vão estreitar os laços de cooperação bilateral, inclusive no campo militar. O acordo foi selado nesta quarta-feira (27), durante encontro entre o conselheiro de Estado chinês e ministro da Defesa, general Wei Fenghe, e o presidente iraniano, Ebrahim Raisi, em Teerã.
O general Wei afirmou que a China e o Irã são civilizações antigas cuja amizade tradicional se fortaleceu ainda mais com o tempo. A visita à capital iraniana, comentou o ministro, é importante no contexto da atual situação internacional turbulenta e mostra a importância das relações bilaterais entre os dois lados e incorpora apoio firme mútuo e progresso comum.
A cooperação militar entre a China e o Irã vem se expandindo nos últimos anos, e os militares chineses estão dispostos a cooperar com o lado iraniano para levá-la a um nível mais alto, declarou o general chinês.
O presidente Raisi disse que o Irã se opõe ao unilateralismo, hegemonismo e interferência externa e apoia firmemente a China na salvaguarda de seus interesses centrais. Ele também agradeceu ao governo chinês pelo apoio e assistência ao longo dos anos em um período difícil.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas do Irã, Mohammad Bagheri, também se encontrou nesta quarta-feira com o general Wei, que também conversou com o ministro da Defesa iraniano, Gharaei Ashtiani.
Durante essas discussões, os dois lados trocaram opiniões sobre a situação de segurança internacional e regional, a questão nuclear iraniana e a situação na Ucrânia.
Eles também chegaram a um consenso sobre o fortalecimento da comunicação estratégica no nível superior dos dois militares e o aprofundamento da cooperação prática em áreas como intercâmbio envolvendo serviços e armas, exercícios conjuntos e treinamento.
China alerta EUA sobre custo insuportável por atos na região de Taiwan
A China mais uma vez pediu que os Estados Unidos (EUA) respeitem o princípio de Uma Só China em relação a Taiwan. O governo chinês reiterou nesta quarta-feira (27) o alerta de que caso o governo estadunidense renegue esse compromisso, empurrará a região taiwanesa para águas perigosas e trará custos insuportáveis ??para os próprios EUA.
A declaração de Pequim foi em resposta à declaração do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Na terça-feira (26), ele afirmou durante uma audiência no Congresso que o governo dos EUA está determinado a garantir que "Taiwan tenha todos os meios necessários para se defender contra qualquer agressão potencial" e que está focado em "fortalecer as capacidades assimétricas de Taiwan como um impeditivo."
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, lamentou e rejeitou a declaração de Blinken. "Desde que a China e os EUA estabeleceram laços diplomáticos, em 1979, as administrações dos EUA, incluindo a atual, afirmaram claramente que adeririam ao princípio de Uma Só China", destacou Wang.
O porta-voz ressaltou que, embora os EUA admitam que Taiwan faz parte da China, continua falando sobre a potencial "agressão" do continente a Taiwan. "Isso não é auto contraditório, já que um país não pode 'invadir' parte de seu próprio território?", perguntou.
Ele também destacou que o governo estadunidense afirmou em várias ocasiões que os EUA não apoiam a "independência de Taiwan", enquanto, por outro lado, não pararam de vender armas e ter contato oficial com Taiwan e enviaram sinais errados para as "forças de independência" do território.
O porta-voz reiterou que a tendência histórica da reunificação da China não pode ser contida, e o princípio de Uma Só China é o que sustenta a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan.
Wang enfatizou que os EUA não devem subestimar a forte determinação e capacidade dos 1,4 bilhão de chineses em defender a soberania nacional e a integridade territorial.
Fórum do BRICS discute Big Data para o desenvolvimento sustentável
A capital da China, Pequim, sediou nesta terça (26) e quarta-feira (27), o Fórum BRICS sobre Big Data para o Desenvolvimento Sustentável, organizado pela Academia Chinesa de Ciências, país que ocupa atualmente a presidência rotativa do bloco.
O Fórum deste ano foi especial pois marcou o fim do primeiro ciclo de eventos conjuntos entre as Academias do bloco. A cerimônia de abertura contou com falas de representantes das academias nacionais dos cinco países que compõem o BRICS: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Entre os oradores esteve o brasileiro Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Durante o evento, a Academia Chinesa de Ciências divulgou uma série de produtos de dados para apoiar a pesquisa científica sobre as metas de desenvolvimento sustentável dos países do BRICS. Entre os quais estão dados coletados pelo satélite SDGSAT-1 como a distribuição espacial das principais áreas construídas em cidades com população superior a 300 mil nos países do bloco entre 2000 a 2020 e a distribuição espacial da cobertura florestal global em 2020 com resolução de 30 metros.
Esses produtos foram desenvolvidos e publicados pelo Centro Internacional de Pesquisa de Big Data para Metas de Desenvolvimento Sustentável (CBAS, em inglês), que é a primeira instituição de pesquisa do mundo a fornecer serviços de big data para a Agenda 2030 das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável. O CBAS é construído e operado pela Academia Chinesa de Ciências.
Participação brasileira
O presidente da ABC, Davidovich, em sua fala na abertura do fórum classificou o tema do encontro como “instrumental para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável” e reforçou o papel ético que as academias nacionais de ciências precisam cumprir na busca por soluções para os desafios globais.
“Vivemos em uma época de Big Data, inteligências artificiais, aprendizado de máquina e biotecnologias, mas também de pandemia, desigualdades globais, mudanças climáticas e guerras”, ressaltou o presidente da ABC.
Big Data (ou macrodados, em português) é o nome dado à análise de volumes massivos de informações não estruturadas. Esses dados estão disponíveis em diversos formatos e plataformas, como postagens em redes sociais, pesquisas e compras online, aplicativos de geolocalização, dentre outras ferramentas. A interpretação dessa quantidade imensa e desordenada de informação requer tecnologias mais complexas e inovadoras do que as necessárias para analisar dados estruturado e regulares entre si.
Citando o caso do Brasil, Davidovich avaliou que dialogar apenas com governos não é suficiente, mas que a abordagem deve considerar toda a sociedade. “Se focarmos apenas na ciência por trás da tecnologia, não chegaremos a lugar nenhum”, avaliou.
O brasileiro destacou a necessidade de incorporar as ciências sociais para compreensão dos efeitos dessas inovações na vida humana. “Só a ciência não é suficiente, mas ela é capaz de quebrar barreiras políticas e culturais entre os países”, finalizou.
Além dos representantes de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, a cerimônia também teve contribuições de convidados da Unesco, do Conselho Internacional de Ciência (ISC), do Conselho Mundial da Indústria Geoespacial (WGIC), da Academia da Finlândia e do Conselho Nacional de Pesquisa da Tailândia (NRCT).
Pesquisadores brasileiros indicados pela ABC realizaram palestras e a próxima presidenta da entidade, Helena Nader, participou da cerimônia de encerramento.
Vacina chinesa contra variante Ômicron deverá completar testes clínicos em até quatro meses
A vacina da China contra a variante Ômicron da Covid-19 deve concluir os testes clínicos dentro de três ou quatro meses. Neste prazo, o imunizante será gradualmente administrado à população chinesa. O anúncio foi feito pelo cientista-chefe e vice-presidente do China National Biotec Group (CNBG), afiliado à empresa farmacêutica Sinopharm, Zhang Yuntao.
Pesquisas pré-clínicas mostraram que a vacina tem boa atividade neutralizante contra a variante Ômicron, disse Zhang durante uma coletiva de imprensa online.
Experimentos em animais também mostraram que a vacina oferece alguma proteção contra infeções por Ômicron, disse ele, observando que o efeito protetor da vacina precisa ser observado em mais ensaios clínicos.
A vacina foi aprovada para ensaios clínicos pela Administração Nacional de Produtos Médicos na terça-feira (26).
Durante os ensaios clínicos, será adotado um método de estudo aleatório, duplo-cego e de corte entre pessoas com 18 anos ou mais que já receberam duas ou três doses de vacinas contra a Covid-19 para avaliar a segurança e imunogenicidade da vacina inativada.
Com o desenvolvimento bem-sucedido da vacina contra a variante Ômicron, o CNBG coordenará sua principal capacidade de produção e equipamentos para fabricar a nova vacina, disse Yang Huichuan, cientista-chefe e vice-presidente do CNBG.
Política de passes beneficia logística na China
Apesar das dificuldades no enfrentamento à Covid-19, a China tem adotado medidas para manter suas cadeias de suprimentos funcionando. Desde meados de abril, o país emitiu passes de viagem nacionais que permitem que os passageiros se desloquem por todo o país com poucas restrições, a fim de melhorar a distribuição de alimentos e bens essenciais.
Anteriormente, os governos provinciais emitiam seus próprios passes de viagem, tornando difícil para os motoristas viajar de uma província para outra.A padronização dos passes de viagem melhorou efetivamente a eficiência logística.
Além disso, o número de veículos em uso aumentou de 61 mil para mais de 68 mil e a quantidade de carga aumentou de 710 mil toneladas para 880 mil toneladas, informou o vice-gerente geral da estatal China Logistics Group, Liang Weihua.
Representantes da indústria esperam que a demanda de logística da China se recupere no segundo trimestre e preveem que o mercado de logística social do país cresça 4% no primeiro semestre de 2022.
Xi parabeniza primeira conferência de intercâmbio de inovação para artesãos
O presidente chinês Xi Jinping enviou uma carta de congratulações à Primeira Conferência de Intercâmbio de Inovação para Artesãos da Nação, que foi aberta em Pequim na quarta-feira (27).
A carta do líder chinês foi lida durante a cerimônia de abertura do evento pelo vice-presidente do Comitê Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN) e presidente da Federação dos Sindicatos de Toda a China (ACFTU), Wang Dongming.
Na carta, o presidente chinês pediu sabedoria e força para o desenvolvimento de alta qualidade e a implementação da estratégia para transformar o país em líder em fabricação. Xi também celebrou os trabalhadores chineses pelo Dia Internacional dos Trabalhadores, celebrado em 1º de maio.
"Os trabalhadores qualificados são as principais forças que sustentam o setor manufatureiro e o impulso de inovação da China", escreveu Xi. Ele instou a classe trabalhadora a levar adiante o espírito de trabalho duro e artesanato e se adaptarem aos requisitos da atual revolução global em ciência e tecnologia e transformação industrial.
"Com diligência, dedicação, inovação e iniciativa, eles devem continuar aprimorando suas habilidades e contribuir com sua sabedoria e força para promover o desenvolvimento de alta qualidade, fortalecer a China na fabricação e construir um país socialista moderno em todos os aspectos", acrescentou Xi.
Chave do futebol chinês está na popularização do esporte, aponta especialista
"Se continuarmos a popularizar o futebol em todo o país, com certeza encontraremos mais talentos de qualidade e nossas seleções continuarão a melhorar". A declaração foi feita por Zhang Lu, comentarista de futebol chinês e ex-vice-presidente do Beijing Guoan da Super Liga Chinesa (CSL) em entrevista ao programa Football Night, do Grupo de Mídia da China (CMG, da sigla em inglês).
Zhang trabalha no desenvolvimento da juventude do futebol há 42 anos. Apesar de sua paixão por levar o futebol aos jovens, ele não está tentando espremer as melhores perspectivas deles, mas esperando ajudar o maior número possível de crianças a se divertir jogando futebol para tornar suas vidas mais felizes.
A população de jogadores de futebol chineses começou a crescer novamente em 2015. Zhang teorizou que leva cerca de 20 anos para que o grupo de jovens talentos se torne membros contribuintes para as seleções nacionais. Portanto, se 2015 for um ponto de virada, o futebol chinês a partir de 2034 começará a mostrar alguns sinais positivos.
Os clubes de futebol profissional chineses investiram pesadamente na construção de franquias até 2020. A CSL já teve o sexto salário médio mais alto do mundo. No entanto, Zhang acha que o que os clubes receberam não valeu o dinheiro que gastaram, mas eles não tinham outra opção porque é o quão raso é o pool de talentos do futebol no país.
"É como se tivéssemos encontrado algumas mudas medíocres, corremos para plantá-las e esperávamos que elas se transformassem em árvores altas. Isso não é possível", disse Zhang.
Zhang participa do desenvolvimento do futebol chinês há décadas. Ele revelou que muitas pessoas começaram a trabalhar no desenvolvimento de novos talentos jovens para o esporte na década de 1980. No entanto, não foram alcançados muitos progressos.
"Há outra camada abaixo do desenvolvimento da juventude", disse Zhang. "Está na popularização do futebol."
Zhang acredita que o objetivo do desenvolvimento de novos talentos do futebol chinês é encontrar os melhores jogadores jovens e ajudá-los a crescer em direção ao nível mais alto com treinamento e prática. Por outro lado, a popularização do futebol envolverá o maior número possível de crianças em atividades de futebol. "São duas coisas totalmente diferentes, mas as misturamos", pontuou
Ele revelou que, entre 2000 e 2014, havia apenas cerca de cinco mil alunos do ensino fundamental e médio por ano jogando futebol regularmente. Infelizmente, essa é a geração de onde vêm os jogadores das seleções nacionais chinesas de hoje em diferentes níveis.
Por outro lado, pesos pesados ??do futebol como Alemanha, Brasil e França têm mais de um milhão de jovens jogadores de futebol na mesma faixa etária. "Não há como os jogadores selecionados entre cinco mil se igualarem aos seus colegas selecionados entre 50 mil ou 500 mil pessoas", comparou Zhang.
CMG lançará documentário sobre a mais longa missão espacial chinesa
As experiências da missão espacial chinesa mais longa da história serão retratadas em um documentário produzido pelo Grupo de Mídia da China (CMG, em inglês). A produção, que será chamada de “Into Space”, contará com imagens de câmeras de última geração levadas ao espaço e utilizadas pelos astronautas chineses nas tarefas do dia a dia. A produção ainda não tem data de estreia.
Confira o teaser: