Como podemos construir um mundo pós-pandemia melhor? O que podemos fazer para impulsionar a recuperação estável e o desenvolvimento sustentável da economia global? E como podemos buscar uma cooperação ganha-ganha?
Essas foram as três questões críticas propostas pela Conferência Anual do Fórum Boao para a Ásia (BFA) deste ano, realizada entre os dias 20 e 22 de abril na cidade de Boao, província de Hainan, no sul da China. O tema do evento é "O mundo na Covid-19 e além: trabalhando juntos para o desenvolvimento global e o futuro compartilhado" e atraiu a atenção mundial.
O presidente da República Popular da China, Xi Jinping, falou sobre a 'iniciativa de segurança global' durante a sua participação no fórum nesta quinta-feira (21). Ele apresentou uma perspectiva asiática para enfrentar os desafios dos tempos.
'Aparelho sofisticado e integrado'
A segurança é uma pré-condição para o desenvolvimento, e a humanidade vive em uma "comunidade de segurança indivisível", disse Xi em um discurso em vídeo.
"Nos dias de hoje, a comunidade internacional evoluiu tanto que se tornou um aparelho sofisticado e integrado", disse ele, acrescentando que atos para remover qualquer peça única causarão sérios problemas ao seu funcionamento.
O líder chinês conclamou todos os países a darem as mãos e destacou a necessidade de cooperação na luta contra a pandemia de Covid-19, para promover a recuperação econômica, manter a paz mundial e enfrentar os desafios da governança global.
"É particularmente importante que os principais países dêem o exemplo em honrar a igualdade, a cooperação, a boa fé e o estado de direito, e ajam de maneira condizente com seu status", disse Xi.
Esta é a sexta vez que Xi faz um discurso no fórum, e cooperação e paz estão frequentemente entre os principais pilares que ele menciona ao expor as propostas da China para o mundo.
'Faça da Ásia uma âncora'
Medido pela paridade do poder de compra, a participação da Ásia na economia mundial em 2021 aumentou 0,2% de 2020 para 47,4%, de acordo com o Relatório Anual de Perspectivas Econômicas e Progresso da Integração da Ásia 2022.
O relatório também observou que vários fatores são essenciais para avaliar o desempenho econômico em 2022, incluindo o desenvolvimento da Covid-19, tensões geopolíticas após o conflito Rússia-Ucrânia, ajuste da política monetária nos EUA e na Europa, problemas de dívida em algumas economias, oferta global e mudanças de regime político em alguns países asiáticos.
Nesse contexto, a proposta de Xi no fórum faz mais sentido – tornar a Ásia uma âncora para a paz mundial, uma potência para o crescimento global e um novo marco para a cooperação internacional.
"Quando a Ásia vai bem, o mundo inteiro se beneficia."
Xi Jinping, presidente da República Popular da China
Xi pediu esforços para promover um mercado mais aberto em toda a Ásia. Ele enfatizou o aproveitamento de oportunidades, como a entrada em vigor da Parceria Econômica Abrangente Regional e a abertura ao tráfego da ferrovia China-Laos.
O presidente chinês também destacou o papel da China durante esse processo. Ele afirmou que os fundamentos da economia chinesa – sua forte resiliência, enorme potencial, amplo espaço de manobra e sustentabilidade de longo prazo – permanecem inalterados.
Confira aqui o texto completo do discurso de Xi Jinping no Fórum Boao 2022 para a Ásia.
Xi Jinping: Cooperação é 'maior força' para alcançar um futuro brilhante para a humanidade
"Para romper a neblina e abraçar um futuro brilhante, a maior força vem da cooperação, e a maneira mais eficaz é a solidariedade", disse o presidente chinês Xi Jinping durante a cerimônia de abertura da conferência anual do Fórum Boao para a Ásia (BFA) nesta quinta-feira (21)
O líder chinês observou que a humanidade é uma comunidade com um futuro compartilhado onde todas as pessoas ascendem e caem juntas. Xi fez seu discurso por vídeo, pediu a todos os países que sigam a tendência dos tempos e se concentrem na paz, no desenvolvimento e na cooperação ganha-ganha.
"Mova-se na direção da construção de uma comunidade com um futuro compartilhado para a humanidade, e enfrente os desafios e construa um futuro brilhante por meio da cooperação."
Xi Jinping, presidente da República Popular da China
"Países ao redor do mundo são como passageiros a bordo do mesmo navio que compartilham o mesmo destino", disse Xi. "Para que o navio navegue na tempestade e navegue em direção a um futuro brilhante, todos os passageiros devem se unir."
"É inaceitável tentar jogar alguém no mar", disse Xi.
Xi Jinping responde a carta de alunos britânicos sobre mudança climática
O presidente chinês Xi Jinping respondeu a uma carta de alunos da Escola Francis Holland, na Grã-Bretanha, sobre o tema das mudanças climáticas.
"O planeta Terra é como uma grande família e toda a humanidade é como uma única comunidade", escreveu Xi. No texto, ele enfatizou a necessidade de enfrentar o desafio comum das mudanças climáticas por meio da cooperação.
Na resposta, Xi afirmou que atribui grande importância ao enfrentamento das mudanças climáticas e vem enfatizando a visão de que "águas lúcidas e montanhas exuberantes são ativos inestimáveis", que se tornou um consenso na China de hoje.
O governo chinês tem reunido toda a sociedade para proteger a natureza e o meio ambiente ecológico como "nós protegemos nossos olhos". O país asiático tem promovido ativamente o desenvolvimento verde e trabalhado duro para construir uma bela China, disse Xi.
A China tem adotado medidas sem precedentes para lidar com as mudanças climáticas e fez conquistas notáveis, disse Xi. Ele acrescentou que estão em andamento esforços para um maior progresso.
Xi observou que as escolas chinesas em todos os níveis e de todas as categorias dão grande importância à educação sobre a civilização ecológica. Começando com pequenas coisas, os alunos chineses promovem bons hábitos de conservação de energia e proteção ambiental e aprendem a adotar um modo de vida verde e de baixo carbono, acrescentou.
O líder chinês informou que recebe os alunos da Escola Francis Holland para visitar a China e dar uma olhada no maior parque eólico do mundo, usina de energia solar e floresta artificial, bem como parques nacionais cênicos. Ele os encorajou a trocar ideias com alunos chineses e contribuir para o desenvolvimento verde no futuro.
A Francis Holland School é uma escola internacional com sede em Londres dedicada à educação de meninas. A escola incentiva os alunos a prestar atenção a questões como proteção ambiental e mudanças climáticas. Alunos do 4º ano da escola escreveram recentemente a Xi sobre as mudanças climáticas.
China condena oferta de líder japonês a santuário ligado à guerra
A China condenou o ato da liderança japonesa de enviar uma oferenda ritual ao Santuário Yasukuni, visto como um símbolo do passado militarista e colonial do Japão.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, fez o comentário durante uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira (21). Ele destacou que a ação do lado japonês mais uma vez mostrou "sua atitude errada em relação ao seu histórico de agressão".
O primeiro-ministro japonês Fumio Kishida enviou uma oferenda ao Santuário Yasukuni, que homenageia os soldados mortos em guerras e que é visto pelos países vizinhos como um símbolo do passado militarista de Tóquio, no início desta quinta-feira por ocasião do festival da primavera do santuário.
"A China se opõe resolutamente e condena fortemente, e apresentou representações solenes [ao lado japonês]", disse Wang.
O porta-voz comentou ainda que a China insta o Japão a honrar seu compromisso de enfrentar e refletir profundamente sobre seu passado de agressão, realmente romper com o militarismo e reconquistar a confiança de seus vizinhos asiáticos e da comunidade internacional com ações concretas.
A Coreia do Sul também expressou decepção e arrependimento com a decisão do primeiro-ministro japonês, pedindo aos líderes do Japão que enfrentem a história de frente e demonstrem por meio de ações sua humilde reflexão e sincero remorso pela história japonesa.
Kishida enviou uma oferta semelhante ao santuário durante o festival de outono depois de se tornar primeiro-ministro do Japão em outubro do ano passado.
O Santuário Yasukuni homenageia 14 criminosos de guerra condenados Classe A entre 2,5 milhões de japoneses mortos na Segunda Guerra Mundial.
Visitas e oferendas rituais feitas por oficiais japoneses ao infame santuário têm gerado críticas consistentes.
Receita fiscal da China cresce 8,6% no primeiro trimestre
A receita fiscal da China registrou um aumento anual de 8,6% no primeiro trimestre do ano. Os dados foram divulgados pelo Ministério das Finanças chinês nesta quarta-feira (20).
A receita fiscal totalizou 6,2 trilhões de yuans (cerca de US$ 968,81 bilhões) durante o período, segundo dados do ministério
A receita tributária chegou a 5,25 trilhões de yuans no período de janeiro a março, um aumento anual de 7,7%.
A receita do imposto sobre valor agregado, a maior fonte de receita fiscal do país, aumentou 3,6% em relação ao ano anterior, para 1,92 trilhão de yuans, enquanto a do imposto de renda individual totalizou 464,5 bilhões de yuans nos primeiros três meses, um aumento de 16,5 por cento.
A receita do imposto de selo saltou 20,6% ano a ano, para 156,9 bilhões de yuans. Especificamente, a receita do imposto de selo de negociação de ações registrou um aumento anual de 21,3%.
O governo central e os governos locais arrecadaram 2,89 trilhões de yuans e 3,31 trilhões de yuans em receita fiscal, um aumento de 7,6% e 9,5%, respectivamente.
Os dados de quarta-feira também mostraram que os gastos fiscais da China subiram 8,3% ano a ano, para 6,36 trilhões de yuans nos primeiros três meses.
Os gastos fiscais com educação aumentaram 8,5 por cento ano a ano, enquanto os gastos com ciência e tecnologia aumentaram 22,4 por cento, disse o ministério.
Jovens chineses são capazes de realizar 'rejuvenescimento nacional': livro branco
Os jovens da China têm se transformado em uma nova geração capaz de assumir a responsabilidade do rejuvenescimento nacional. A constatação é do livro branco nacional, documento que registra as conquistas no desenvolvimento da juventude do país asiático na nova era e reflete sobre o espírito de sua juventude.
A publicação, intitulada "Juventude da China na Nova Era", foi divulgada nesta quinta-feira (21) pelo Gabinete de Informação do Conselho de Estado. Trata-se do primeiro livro do tipo com foco na juventude chinesa.
De acordo com o livro branco, mais de 37 milhões de estudantes rurais que receberam educação obrigatória se beneficiaram do programa de melhoria da nutrição estudantil e saúde física.
Em 2018, 92% dos alunos de 14 a 19 anos passaram no teste de aptidão física, e a proporção daqueles classificados como bons ou excelentes aumentou substancialmente.
Ao observar que os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim aumentaram o entusiasmo dos jovens pelos esportes de inverno na China, o livro branco constatou que os jovens de 18 a 30 anos são a principal força nos esportes de inverno, com a taxa de participação atingindo 37,3%, a mais alta entre todas as faixas etárias.
Como uma geração nascida em uma era com tecnologia de internet em expansão, mais e mais jovens estão usando a internet para acessar informações, trocar ideias, fazer amigos e fazer compras, conclui a publicação.
No final de 2020, o número de internautas com idades entre 6 e 18 anos atingiu 180 milhões na China, com a internet disponível para 94,9% dos menores, e a lacuna na acessibilidade da internet entre áreas urbanas e rurais diminuiu para 0,3 pontos percentuais de 5,4 em 2018, aponta o livro branco.
O documento enfatiza que os jovens na China desfrutam de oportunidades educacionais mais iguais e de maior qualidade, pois o país continua dando alta prioridade à educação.
Em 2021, a taxa de conclusão do ensino obrigatório na China atingiu 95,4%, a taxa bruta de matrícula no ensino médio, 91,4%, e a taxa bruta de matrícula no ensino superior, 57,8%, com 44,3 milhões de alunos no campus, ocupando o primeiro lugar no ranking. mundo, disse o jornal.
Parte continental da China registra 2.841 novos casos confirmados de Covid-19
A parte continental da China registrou 2.841 novos casos confirmados de Covid-19 na quarta-feira, com 2.830 vinculados a transmissões locais e 11 do exterior, segundo dados da Comissão Nacional de Saúde na quinta-feira.
Um total de 16.617 novos casos assintomáticos também foram registrados na quarta-feira (20), e 261.262 pacientes assintomáticos permanecem sob observação médica.
Os casos confirmados no continente chinês agora totalizam 193.953, com o número de mortos em 4.663.
A contagem mais recente de casos confirmados nas regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau e na região de Taiwan é a seguinte:
Hong Kong: 310.234 (68.755 recuperações, 9.186 mortes)
Macau: 82 (82 recuperações)
Taiwan: 40.186 (13.742 recuperações, 856 mortes)