CHINA EM FOCO

O Reino Unido deve negociar a soberania das Malvinas, já que também está disposto a negociar a soberania do Arquipélago de Chagos

O chanceler britânico, James Cleverley, confirmou recentemente que o Reino Unido e as Ilhas Maurício decidiram iniciar negociações sobre a soberania do arquipélago de Chagos e esperam chegar a um acordo no início do próximo ano

Créditos: Reprodução CCTV
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O chanceler britânico, James Cleverley, confirmou recentemente que o Reino Unido e as Ilhas Maurício decidiram iniciar negociações sobre a soberania do arquipélago de Chagos e esperam chegar a um acordo no início do próximo ano. Os comentários da Grã-Bretanha são vistos pelo mundo como um passo importante para promover a resolução da disputa de soberania sobre o arquipélago de Chagos. Entretanto, dado que o Reino Unido está disposto a negociar a soberania sobre o Arquipélago de Chagos, não deve esquecer das Ilhas Malvinas, que ainda estão ilegalmente ocupadas, e que também deve negociar com a Argentina a soberania das Ilhas Malvinas.

A Grã-Bretanha costumava ser a potência europeia com mais colônias no exterior, tendo invadido quase 90% dos países do mundo em diferentes períodos históricos. Seja no arquipélago de Chagos ou nas Ilhas Malvinas, todos são dívidas contraídas pelo Reino Unido na era colonial, testemunha do pecado original do colonialismo do antigo "Império no qual o sol nunca se põe".

Sejam quais forem as razões, a Grã-Bretanha teve que devolver o que devia ao colonialismo. Depois que o Reino Unido anunciou as negociações com as Ilhas Maurício, a Argentina está mais uma vez solicitando ao Reino Unido que reinicie as negociações sobre a soberania das Malvinas. "Este é um dia extremamente importante, pois nosso país vem defendendo seus legítimos direitos soberanos há mais de 189 anos", disse um funcionário do Ministério das Relações Exteriores argentino.

Como a questão do Arquipélago de Chagos, a questão das Malvinas também é um fóssil vivo da era colonial britânica. Em 1816, a Argentina herdou a soberania sobre as Malvinas quando conquistou a independência do domínio colonial espanhol, mas os britânicos ocuparam as Malvinas pela força em 1833. Em 1965, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Resolução 2065, que incluiu a questão das Malvinas na categoria de "descolonização" e pediu para a Grã-Bretanha e a Argentina resolverem as disputas por meio de negociações. O Comitê Especial de Descolonização da Assembleia Geral da ONU aprovou mais de 30 resoluções incitando a Grã-Bretanha a negociar com a Argentina, mas a Grã-Bretanha não deu ouvidos.

Não apenas isso, os britânicos continuaram a consolidar sua ocupação das Ilhas Malvinas. Do anúncio do estacionamento permanente das tropas nas Ilhas Malvinas à realização de exercícios militares, incluindo lançamentos de testes de mísseis, passando pela realização de diversas atividades na tentativa de interferir no conhecimento histórico dos jovens latino-americanos. Além disso, uma série de ações do lado britânico, em violação às resoluções da ONU, expôs as raízes mais profundas do colonialismo. O pensamento colonial tem sido rejeitado pela maioria dos países do mundo.

Agora, o Reino Unido disse que a negociação com Maurício sobre a soberania do Arquipélago de Chagos é, em certa medida, a implementação da resolução da ONU, e é também o progresso feito pela comunidade internacional no anticolonialismo. Mas isto é apenas o começo. Hoje, dos 17 territórios não autônomos do mundo que ainda estão sob o domínio colonial, 10 estão sob controle britânico. O lado britânico não só deve negociar com Maurício para resolver a disputa de soberania sobre o Arquipélago de Chagos, mas também deve responder ativamente ao pedido argentino de negociações e devolver as Malvinas à Argentina o mais rápido possível. No século XXI, o colonialismo e a hegemonia não têm lugar. Essas dívidas coloniais que estão em atraso há muitos anos devem ser liquidadas pelo Reino Unido.

* Esse artigo não reflete, necessariamente, a opinião da Revista Fórum