Líderes das 20 maiores economias do mundo estão reunidos nos dias 15 e 16 para a 17ª Reunião do Grupo dos Vinte (G20), em Bali, na Indonésia. A comunidade internacional espera que essas lideranças intensifiquem esforços para enfrentar uma série de desafios comuns prementes e tracem um caminho para a recuperação global e desenvolvimento comum.
A solução apresentada pela China, a segunda maior economia do planeta, é trabalhar em conjunto para tornar o desenvolvimento global mais "inclusivo, benéfico e resiliente".
O presidente da República Popular da China, Xi Jinping, em discurso durante a Cúpula de Bali nesta terça-feira (15), pediu a todos os membros do G20 que assumam a responsabilidade "inerente a serem grandes atores internacionais e regionais" para responder à pergunta de nossos tempos - "o que há de errado com este mundo, o que devemos fazer a respeito."
Que tipo de desenvolvimento global é necessário
O G20 é composto pelas principais economias industriais e emergentes do mundo e representa mais de 80% do produto interno bruto (PIB) mundial, mais de 75% do comércio internacional e cerca de dois terços da população mundial.
Diante de um apelo urgente por uma resposta global coletiva robusta, bem organizada e equilibrada a vários desafios globais, o presidente chinês enfatizou que o desenvolvimento global deve ser mais inclusivo.
"A solidariedade é a força, mas a divisão não leva a lugar nenhum. Vivendo na mesma aldeia global, devemos nos apoiar uns aos outros diante dos riscos e desafios."
Presidente da República Popular da China, Xi Jinping
Xi destacou que o desenvolvimento global deve ser benéfico para todos, enfatizou que o desenvolvimento só é real quando todos os países se desenvolvem juntos e a modernização não é um privilégio reservado a um único país.
Como a globalização econômica está enfrentando ventos contrários e a economia mundial está em risco de recessão, ele também destacou a promoção de um desenvolvimento global resiliente.
"Precisamos ter sempre em mente as dificuldades enfrentadas pelos países em desenvolvimento e acomodar suas preocupações. A China apoia a União Africana na adesão ao G20", afirmou o presidente chinês.
O que a China fez para promover o desenvolvimento global
Entre o G20, a China assumiu 21% do PIB, 18% do comércio e 29% da população em 2021. O país tem participado ativamente da cooperação econômica internacional e da governança econômica global, e trabalhado com outras partes para impulsionar um forte crescimento global que seja sustentável, equilibrado e inclusivo.
Pequim propôs duas grandes iniciativas nos últimos dois anos: a Iniciativa de Desenvolvimento Global (GDI, na sigla em inglês) e a Iniciativa de Segurança Global (GSI, na sigla em inglês), que foram bem recebidas globalmente.
A GDI visa atender às necessidades imediatas e objetivas de longo prazo do desenvolvimento comum do mundo, promovendo o consenso internacional sobre a promoção do desenvolvimento, cultivando novos impulsionadores para o desenvolvimento global e facilitando o desenvolvimento comum e o progresso de todos os países. "Em um ano, mais de 60 países se juntaram ao Grupo de Amigos da GDI", informou o presidente chinês.
A China estabeleceu o Fundo Global de Desenvolvimento e Cooperação Sul-Sul, submeteu 15 projetos à "Ação do G20 para uma Recuperação Forte e Inclusiva" e participou de outros cinco projetos nesse âmbito, disse Xi.
Como a GSI defende a "visão de segurança comum, abrangente, cooperativa e sustentável", Xi destacou a resolução de conflitos por meio da negociação e solução de controvérsias por meio de consultas, e apoia todos os esforços conducentes à solução pacífica de crises.
O presidente chinês também observou que a segurança alimentar e energética é o desafio mais premente no desenvolvimento global. Xi apontou que a causa raiz das crises em curso não é produção ou demanda, mas cadeias de abastecimento interrompidas e cooperação internacional.
Este ano, a China, juntamente com seis parceiros, incluindo a Indonésia e a Sérvia, propôs a Iniciativa de Cooperação Internacional sobre Cadeias Industriais e de Fornecimento Resilientes e Estáveis, elencou Xi, ao elaborar a contribuição da potência asiática para a segurança alimentar e energética global ao longo dos anos.
A China juntou-se a outros países no apelo pelo estabelecimento da Parceria Global de Cooperação em Energia Limpa e apresentou a Iniciativa de Cooperação Internacional sobre Segurança Alimentar Global no G20, acrescentou.
O presidente da chinês também disse aos membros do G20 que o país continuará empenhado em promover o rejuvenescimento nacional em todas as frentes por meio de um caminho chinês para a modernização.
No mês passado, o 20º Congresso Nacional do Partido Comunista da China (PCCh) estabeleceu os objetivos, tarefas e políticas orientadoras para a causa do Partido e do país nos próximos cinco anos e além.
"Uma China marchando em direção à modernização trará mais oportunidades para o mundo, injetará um impulso mais forte para a cooperação internacional e dará maior contribuição ao progresso humano!"
Presidente da República Popular da China, Xi Jinping
G20: Xi Jinping participa de uma série de encontros bilaterais
Às margens da Cúpula de Bali, o presidente da República Popular da China participou de uma série de encontros com líderes de outros países: dos EUA, Joe Biden; da França, Emmanuel Macron; da Holanda, Mark Rutte; da África do Sul, Cyril Ramaphosa; da Austrália, Anthony Albanese; da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol; do Senegal, Macky Sall; da Argentina, Alberto Fernández; e da Espanha, Pedro Sánchez.
China e Brasil na COP27
O presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, se reuniu com o enviado especial da República Popular da China para as mudanças climáticas, Xie Zhenhua. O encontro ocorreu nesta quarta-feira (16), às margens da Cúpula de Implementação do Clima na 27ª sessão da Conferência das Partes (COP27) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), realizada em Sharm El-Sheikh, no Egito.
Fórum promove disseminação das histórias da Nova Rota da Seda
Cerca de 150 convidados compartilharam opiniões sobre a disseminação aprimorada das histórias da Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês), durante o Fórum Keqiao de Troca de Histórias da Nova Rota da Seda 2022 realizado nesta terça-feira (15) no distrito de Keqiao da cidade de Shaoxing, província de Zhejiang, leste da China.
O governador de Zhejiang, Wang Hao, disse que Zhejiang aprofundará de forma abrangente a cooperação comercial, industrial, científica e tecnológica, bem como intercâmbios entre pessoas, sob a BRI. Ele acrescentou que a província ampliará o espaço de desenvolvimento por meio de alto nível de abertura para ajudar com esforços comuns de prosperidade e modernização.
O editor-chefe da Agência de Notícias Xinhua, Lyu Yansong, afirmou que, como um esforço colaborativo, a Nova Rota da Seda foi bem-vinda pela comunidade internacional tanto como um bem público quanto como uma plataforma de cooperação. Nos últimos anos, a Xinhua reuniu sabedoria e esforços de vários lados para se tornar um promotor do desenvolvimento de alta qualidade do Cinturão e Rota, um narrador de histórias vívidas e um comunicador de laços entre pessoas, acrescentou.
As exportações de Keqiao, famosa por sua indústria têxtil, aumentaram 25,9% ano a ano, para 96,67 bilhões de yuans (US$ 13,73 bilhões) nos primeiros três trimestres deste ano. As exportações do distrito para os países e regiões do Cinturão e Rota atingiram 56,22 bilhões de yuans, um aumento de 28,2% ano a ano.
O Fórum Keqiao foi patrocinado pela agência de notícias Xinhua e pelo governo popular da província de Zhejiang. Também lançou uma coleção global de histórias do Cinturão e Rota.
Com informações da Xinhua e da CGTN