A cidade de Los Angeles enfrenta sua terceira noite consecutiva de caos após a chegada de tropas da Guarda Nacional, enviadas por ordem direta do presidente Donald Trump para conter protestos contra redadas migratórias. A decisão provocou uma crise política e reações intensas de autoridades locais e da população.
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, denunciou o envio das tropas como uma violação da soberania estadual. Em carta ao secretário de Defesa, Pete Hegseth, ele afirmou que a medida foi tomada “sem treinamento ou ordens adequadas” e acusou o governo federal de “intencionalmente agravar a situação”. Em uma publicação nas redes sociais, Newsom foi direto: “Não havia problemas antes de Trump se envolver”.
Te podría interesar
As manifestações começaram após operações conduzidas por agentes do Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas (ICE), que resultaram na prisão de mais de 100 imigrantes, segundo fontes policiais. As ações, muitas delas realizadas com agentes armados e mascarados, atingiram bairros latinos e despertaram indignação em uma cidade com forte presença hispânica. Entre os detidos, a presidente do México, Claudia Sheinbaum, confirmou que 35 são cidadãos mexicanos. “Eles não são criminosos, são homens e mulheres que buscavam uma vida melhor”, declarou.
Diante da resistência da população, Trump autorizou o envio de 2.000 membros da Guarda Nacional. Segundo ele, a cidade estaria “invadida por criminosos ilegais” e prometeu restaurar a “lei e ordem muito severas”. Ao justificar a repressão, o presidente declarou: “Eles escarram nos nossos agentes. Nós revidamos. Ninguém vai cuspir em nossos militares”.
Te podría interesar
As tropas, armadas e com uniformes camuflados, foram posicionadas em pontos estratégicos do centro da cidade, especialmente ao redor de instalações federais. Vídeos mostram confrontos intensos entre os militares e manifestantes, que jogaram pedras e enfrentaram gás lacrimogêneo, bombas de efeito moral e balas de borracha lançadas pelas forças de segurança.
Veja vídeos: