GUERRA

Rússia estuda bombardeio nuclear à Ucrânia, apontam analistas e interlocutores

Kremlin não diz uma palavra sobre ataque de Kiev que destruiu seus bombardeiros, mas está furioso e deve lançar ataque avassalador em breve, possivelmente com mísseis atômicos

Créditos: TASS (Sergey Savostyanov)
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A Ucrânia, com sua audaciosa "Operação Teia de Aranha", intensificou ainda mais a guerra que enfrenta com a Rússia. Um ataque ao mesmo tempo sofisticado e improvisado destruiu bombardeiros russos poderosos em pontos remotos do território inimigo, muito longe da frente de batalha. Em resposta, a Rússia se vê diante de um dilema estratégico crucial: qual será sua reação? Especialistas e vozes influentes dentro do governo de Moscou não descartam a utilização de armas nucleares, e inclusive frisam que essa hipótese é uma das mais prováveis no momento, o que coloca o país à beira de uma escalada sem precedentes no conflito.
No início da guerra, a doutrina nuclear da Rússia era clara: armas atômicas só seriam usadas em situações de ataque direto de uma potência nuclear ou uma ameaça existencial ao país. Mas, com a revisão de 2024, o cenário mudou. A Rússia agora considera o apoio ocidental à Ucrânia, com o envio de armas pesadas e tecnologia militar avançada, uma justificativa suficiente para um contra-ataque nuclear. Este novo pensamento traz uma perigosa flexibilização no uso de armas de destruição em massa, o que poderia colocar o mundo em risco, e tal cenário parece já estar se concretizando.

Reações no ecossistema militar russo
Dentro da esfera de defesa russa, a ideia de um ataque nuclear como resposta aos recentes bombardeios ucranianos está ganhando força. O canal “Two Majors”, com mais de um milhão de seguidores no Telegram, afirmou que a Ucrânia deu à Rússia um “pretexto legítimo” para uma retaliação nuclear. A publicação, que recebeu grande repercussão e foi endossada por analistas russos respeitados dessa área.

Vladimir Solovyov, um apresentador da TV estatal e fiel aliado de Putin, afirmou sem hesitação que o ataque ucraniano exige uma resposta nuclear e não declarou em tom de irritação ou de protesto. Ele não é o único a sugerir que algo assim está a caminho. Outros comentaristas russos do setor, que acertam constantemente previsões, destacam que o ataque ucraniano ultrapassou uma linha vermelha, o que fez o Kremlin colocar sobre a mesa uma inevitável retaliação com força total.

Silêncio do Kremlin: O prelúdio de um grande golpe?
O silêncio do governo russo, especialmente em resposta ao ataque que chegou até o Ártico e a Sibéria, não significa fraqueza. Putin, no ano passado, declarou que o uso de armas nucleares seria considerado se o país fosse atacado com mísseis convencionais em massa. A crescente intensidade dos ataques ucranianos poderia ser a gota d'água para que o Kremlin rompa sua cautela e opte pela resposta extrema. Ao que consta, a tal “Operação Teia de Aranha” de fato passou de todos os limites e o silêncio tranquilo do presidente russo seria um sinal que de a resposta será brutal.

No entanto, em Moscou, a vida segue com uma aparente normalidade. Não há sirenes de ataque aéreo, e os civis são orientados a “manter a calma” diante de possíveis ataques. Isso contrasta com a situação em Kiev, onde os ataques russos geram pânico generalizado entre civis. O governo de Putin parece querer passar uma imagem de controle, mas isso pode ser apenas um disfarce enquanto se prepara para sua retaliação em larga escala e, possivelmente, com armamentos nucleares de intensidade mais baixa.

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