A Quinta de Olivos, residência oficial do presidente da Argentina, Javier Milei, se tornou alvo de uma ameaça de bomba na tarde desta segunda-feira (23). A denúncia anônima foi feita por telefone à Defesa Civil de Vicente López na província de Buenos Aires, município onde fica localizada a residência.
De acordo com o jornal argentino El Destape, uma mulher teria informado que “deixou um artefato explosivo na Residência Presidencial em Olivos”. A informação também consta em um boletim de ocorrência citado pela agência de notícias local. Além disso, atualizações mais recentes do mesmo portal afirmam que a ameaça foi neutralizada, de acordo com fontes locais.
A situação fez com que a Diretoria de Segurança da Polícia Federal ativasse o protocolo de emergência, e agentes federais argentinos realizaram uma busca detalhada dentro da residência, enquanto equipes da Defesa Civil atuaram na varredura do perímetro externo. A chegada de membros da Divisão de Crimes Constitucionais também é esperada para reforçar a operação.
A presidência ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso. Não há informações confirmadas sobre a presença de Milei no local no momento da ameaça, nem sobre a existência real de dispositivos suspeitos até o momento. O episódio acontece em meio a um clima de tensão social e política no país, com protestos frequentes contra as medidas econômicas do governo Milei.
Contexto político
O episódio acontece num momento de forte instabilidade política e social na Argentina. Desde que assumiu a presidência em dezembro de 2023, Javier Milei tem implementado uma agenda de choque econômico, com cortes drásticos de gastos públicos, privatizações e redução de subsídios.
As medidas, que integram o chamado "Plano Motosserra", provocaram uma disparada na inflação, aumento do desemprego e um crescimento visível da pobreza. Segundo as últimas pesquisas, a popularidade de Milei tem caído, especialmente entre a classe média e setores mais pobres, que enfrentam o impacto direto do ajuste fiscal. O país ainda tem registrado uma série de protestos e mobilizações sociais, o que faz com que a tensão institucional aumente, principalmente após embates entre o presidente e o Congresso, o Judiciário e até a imprensa.